NBB: Cruzeiro jogará próxima temporada da principal liga de basquete do Brasil?

Cruzeiro conquistou nesse fim de semana o Campeonato Brasileiro da CBB, em Belo Horizonte

O Cruzeiro conquistou no último sábado (10) o Campeonato Brasileiro de Basquete, organizado pela Confederação Brasileira de Basketball (CBB). A Raposa venceu o quadrangular final, em Belo Horizonte, com campanha de duas vitórias (sobre Liga Sorocabana e Santos) e uma derrota (para Araraquara) no Final Four. Com informações de Itatiaia.

Com o triunfo, muitos torcedores questionaram o fato de o Cruzeiro poder disputar o Novo Basquete Brasil (NBB) a partir da temporada 2023/2024. O clube, ao abordar o título brasileiro nas redes sociais, afirmou que a Raposa está garantida no torneio de elite. Contudo, a presença não é tão simples assim.

Para uma equipe disputar o NBB, é necessário viabilizar financeiramente uma vaga junto à Liga Nacional de Basquete (LNB), formada pelos clubes que compõem o campeonato. A entidade é paralela à CBB, e a relação entre elas é marcada por atritos.

Além de precisar arcar com as exigências financeiras da LNB, o Cruzeiro tem que montar um time para disputar a Liga de Desenvolvimento de Basquete (LDB). O torneio sub-23 precede o NBB.

Caso não dispute o NBB, o Cruzeiro deve seguir no Brasileiro da CBB. O título deu ao time a vaga na Liga Sul-Americana da temporada 2023/2024, que também contará com equipes da elite nacional – entre elas, o Minas, quarto do NBB.

Nas últimas duas edições do Brasileiro, o campeão conseguiu disputar o próximo NBB – União Corinthians e São José. O Cruzeiro teve como parceiros em 2023 o Olympico, clube de BH, e a Prefeitura de Itatiaiuçu, cidade da Região Metropolitana da capital mineira onde a Raposa mandou todos os jogos – com exceção ao Final Four.

De abril de 2021 a setembro de 2022, o Cruzeiro Basquete teve como sede Montes Claros, cidade da Região do Norte de Minas, e operou em parceria com o Montes Claros Basketball. Contudo, a equipe tinha disputado somente um torneio até o Brasileiro da CBB: os Jogos Universitários Brasileiros (JUBs).

NBB x Brasileiro e LNB x CBB

A relação entre LNB e CBB não é das melhores. A confederação (que administra também Seleções Brasileiras e a Liga de Basquete Feminino – LBF) chancela o NBB, mas desgastes apontam para um possível rompimento formal, já que o diálogo entre as entidades é praticamente nulo.

O último atrito envolveu justamente a Liga Sul-Americana, torneio de segundo nível das Américas – a Champions League Américas é o principal torneio interclubes em âmbito latino-americano. O São José, campeão brasileiro, teve o direito de disputar o campeonato.

A vaga internacional para o torneio da CBB, considerado tecnicamente inferior, enfureceu a LNB, que chegou a processar a entidade. O São José optou por não disputar a Sul-Americana, e a Liga Sorocabana, então vice-campeã, ficou com a vaga.

Bauru (campeão da Sul-Americana), São Paulo e Unifacisa, todos do NBB, foram os outros brasileiros no campeonato – ficaram entre a quarta e sexta posição da liga nacional. O Paulistano, sétimo do NBB, viu-se prejudicado com a vaga sendo concedida à Liga Sorocabana, do Brasileiro da CBB.

O NBB também chegou ao fim nesse fim de semana, com o Franca campeão sobre o São Paulo. Geralmente, a nova temporada tem início em outubro.