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Nada será como antes!

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Esse novo tempo e seus profetas. Eles povoam lacunas de incerteza e pregam: nada será como antes. De fato esta é uma reflexão importante, e é feita em diferentes vieses da vida cotidiana.

Na economia, por exemplo, a quem diga que a nova relação de trabalho, o home office, forçada pela pandemia tende a ser uma tendência pós crise do Covid-19.

A redução de custos operacionais das empresas, aliada à manutenção da produtividade por parte dos seus colaboradores/empregados, é um dos principais argumentos na defesa dessa relação de trabalho.

A popularização das plataformas digitais – seja para entretenimento, geração de conteúdo ou para trabalho -, já era uma realidade. Com a pandemia, ela se consolidou de vez. Hoje, as redes sociais são uma extensão do indivíduo e da sociedade.

Navegar entre esses dois mundos, o real e o virtual, já é natural e atinge todos os níveis sociais. Do morador da zona sul à periferia, dos mais jovens aos idosos. Todos estão online, conectados. Consumindo e gerando conteúdo, falando para o mundo e, sobretudo, para seus iguais. Um terreno promissor para as corporações que enxergam essas relações como “mercado”. Seja para transações econômicas ou ideológicas.

Os valores humanos também estão em discussão. Isso porque a pandemia do Covid-19 horizontalizou o seu contágio. Lançando a todos numa mesma condição de risco. Diferente das guerras, o inimigo que se apresenta é comum. As dores travadas nessa batalha, também são as mesmas.

Todos objetivam o mesmo objetivo: a cura. Um remédio para o que causa tanto mal. Enquanto esse cenário não se avizinha, a dor exposta pelos meios de comunicação está a cada dia mais próxima de cada um. Sensíveis a ela, estamos mais solidários e a empatia virou um exercício necessário.

Talvez por uma questão de sobrevivência, as catástrofes deixam o homem mais humano. Como se não fosse possível existir sem o outro. Da compaixão se fazem os gestos. Deles, se formam redes e minimamente surge o conforto na divisão… na doação de tempo, recursos.

Como o dito no título desse artigo: Nada será como antes. Diferente de outras crises, em outros tempos, nunca estivemos tão lúcidos; nunca acompanhamos as dores tão de perto. Dividindo uma mesma expectativa como quem aguarda um milagre.

Por pura questão de sobrevivência, nunca se teve tanta fé. No que é divino, no que precisa ser real.

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