Racismo

‘mulheres pretas têm probabilidade de terem cheiro forte’

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Médica responde por racismo na Justiça após denúncia feita por uma jovem de 19 anos - Foto: Google Maps

Médica responde por racismo na Justiça após denúncia feita por uma jovem de 19 anos

Uma jovem de 19 anos denunciou uma médica por racismo ocorrido durante uma consulta ginecológica no Rio de Janeiro. De acordo com relatos da paciente a médica teria dito que “mulheres pretas têm maior probabilidade de terem cheiro forte nas partes íntimas.” A profissional virou ré em processo judicial. Com informações de Itatiaia.

O caso veio a público nesse domingo (11) durante reportagem exibida no Fantástico, da Globo. No ano passado, Luana levou a afilhada, de 19 anos, negra, na mesma ginecologista que ela frequenta para a colocação de um DIU. A consulta, particular, foi feita pela médica Helena Malzac que atende na Zona Sul do Rio de Janeiro.

Durante a entrevista, a imagem da jovem foi preservada e ela relatou que ainda sofre com o que aconteceu. “Ela disse que mulheres pretas têm mais probabilidade de ter um cheiro forte nas partes íntimas. De início eu me senti vulnerável, fiquei no meu canto”, contou a jovem.

“Na consulta comecei a ouvir que as pessoas negras tinham odores diferentes e aí veio meio um estranhamento. Comecei a gravar essa conversa porque, a partir desse estranhamento, eu entendi que não se tratava de uma informação útil para aquele momento”, relata Luana.

Após saírem da consulta, Luana e a afilhada foram à delegacia e registraram um boletim de ocorrência. O Ministério Público denunciou a médica pelo crime de racismo, porque, além da jovem, a ginecologista se referiu ao conjunto de mulheres negras.

Depois dessa consulta, a menina nunca mais conseguiu voltar a um consultório de ginecologia.

“Eu tenho receio de me consultar com outras ginecologistas, porque tem a possibilidade de acontecer novamente. Esse medo permanece em mim”, reforça a jovem.

O advogado da médica apresentou uma defesa prévia, em janeiro, e afirmou que “em nenhum momento, durante o procedimento médico, ocorreu a vontade de discriminar a suposta vítima”. Ainda segundo o Fantástico, o advogado relatou que “o objetivo do comentário da ré foi estrito e visando exclusivamente tratar o mau cheiro com forte odor na região das virilhas”.

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