Saúde
Mulher que recebeu útero da mãe em transplante anuncia gravidez
Kirsty, que é de Coffs Harbour, na costa norte de New South Wales, na Austrália, passou por um transplante histórico em janeiro. A cirurgia pioneira levou 16 horas para ser concluída. Agora, em maio, ela está grávida de sete semanas, depois de transferir um embrião fertilizado para o útero que recebeu de Michelle. “É muito surreal. É uma sensação maravilhosa”, disse ela, em entrevista à ABC Net. “Fiquei super empolgada quando descobri. Ainda estou processando o fato de que vou ter outro bebê no final do ano”, declarou. Com informações de Crescer Online.
A avó também está muito feliz. “Mamãe está muito animada”, contou Kirsty. “Ela mal pode esperar para dar as boas-vindas a outro neto na família. Ela está se sentindo nas nuvens”, comemorou.
O transplante de útero pelo qual mãe e filha passaram foi parte de um estudo científico no The Royal Hospital for Women, em Sydney. Kirsty decidiu se inscrever, candidatando-se para o ensaio clínico depois de perder o útero em uma histerectomia que salvou sua vida, realizada imediatamente após o parto de sua primeira filha, Violet.
“Alguns anos atrás, depois da minha histerectomia, não pensei que seria capaz de gestar um bebê novamente. Fiquei muito feliz ao descobrir que estava grávida”, disse ela.
Desde o sucesso do transplante de útero, outros dois procedimentos foram realizados na Austrália. Até agora, a transferência bem-sucedida de embriões de Kirsty depois do transplante continua sendo a primeira no país.
Para a ginecologista Rebecca Deans, que lidera o estudo do Royal Hospital for Women, a notícia é muito encorajadora. “Estamos todos com os dedos das mãos e dos pés cruzados… A cada semana que as coisas progridem, a chance de aborto espontâneo começa a diminuir. Tivemos que monitorá-la muito de perto por conta da possível rejeição do útero, mas ela não teve absolutamente nenhum sinal de rejeição, então ela teve muita sorte nesse aspecto”, declarou.
Os transplantes de útero são medidas temporárias e devem durar cerca de cinco anos, tempo suficiente para uma mulher ter seus filhos. Atualmente, há financiamento para um total de seis transplantes de útero como parte do estudo do Royal Hospital for Women, com planos de expandir ainda mais a técnica.
“Após nossa pesquisa, revisaremos nossas descobertas e, com sorte, ofereceremos [transplante de útero] como um tratamento na Austrália para mulheres que nasceram sem útero ou que perderam o útero e desejam ser mães.
A gravidez de Kirsty é acompanhada de perto pelos especialistas, já que é considerada de alto risco. A medicação de supressão imunológica, que ajuda a impedir que seu corpo rejeite o útero estranho, foi reduzida a um nível seguro para o bebê. “Fiz um ultrassom há uma semana e pude ouvir os batimentos cardíacos do bebê, então, foi realmente super emocionante… lento e constante até chegarmos à marca de 12 semanas”, disse a mãe.
A previsão é de que o bebê nasça no final de dezembro, em uma cesárea, com 37 semanas.
“A partir de 18 semanas, serei monitorada a cada duas semanas com um ultrassom para garantir que meu colo do útero não esteja afinando e que eu não entre em trabalho de parto prematuro”, conta a grávida.
“Violet está muito animada para ter um irmão ou uma irmã. Ela ainda não decidiu o que prefere. Ela continua pedindo um bebê”, disse a mãe. “Meu marido está feliz. Acho que ainda é um pouco surreal para ele também”, completou.