Feminicídio
Mulher é morta pelo namorado no hospital após ‘pedir um tempo’
Ana Paula Trajano, uma jovem de 29 anos foi morta a facadas pelo namorado, na unidade de saúde onde trabalhava, em Cubatão (SP), no mesmo dia em que pediu ‘um tempo’ na relação. Segundo o portal G1, o namorado foi preso por policiais militares do 2º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep). O crime ocorreu no fim da tarde desta segunda-feira, 4.
De acordo com a polícia uma equipe estava em patrulhamento próxima a Unidade de Saúde da Família (USF) Mário Covas, onde Ana Paula trabalhava, e viu muitas pessoas gerando tumulto. Os policiais identificaram uma mulher no chão, ensanguentada e também perceberam que um homem tentava se desvencilhar das pessoas no local e o prenderam. Testemunhas informaram a polícia que aquele era o homem que havia esfaqueado a vítima.
Os agentes da polícia prenderam o namorado de Ana Paula e ele conduzido à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Cubatão. No boletim de ocorrência consta homicídio qualificado. No local do crime, policiais fizeram perícia e encontraram a faca utilizada pelo homem, que foi apreendida.
A jovem não resistiu e teve a morte constatada no Pronto Socorro Central de Cubatão.
Ao G1, o irmão de Ana Paula, Elvis Barbosa, afirmou que a irmã e o suspeito estavam juntos há dois meses. “Ela pediu um tempo, e ele, não satisfeito, foi até a casa da minha mãe, pegou uma faca sem minha mãe ver, foi no serviço dela [vítima], ficou conversando com ela, e depois dela falar que não queria mais, ele a esfaqueou nove vezes”, afirmou.
Ainda de acordo com o irmão da vítima, a mulher e o homem brigavam frequentemente, e por isso Ana Paula decidiu terminar a relação. “Minha irmã não teve direito nem de lutar pela vida. Era uma moça cheia de sonhos, professora formada, trabalhava na farmácia da UBS, e faria, daqui a alguns dias, a cirurgia bariátrica que tanto sonhava. Ela também estava para comprar o primeiro carro, mas, infelizmente, atrapalharam o sonho dela”.
Você sabe o que é feminicídio?
O feminicídio é o homicídio praticado contra a mulher em decorrência do fato de ela ser mulher ou em decorrência de violência doméstica.
Quando o crime resulta ou é praticado juntamente à violência doméstica, o homicida é um familiar da vítima ou já manteve algum tipo de laço afetivo com ela.
Esse tipo de feminicídio é o mais comum no Brasil, ao contrário de outros países da América Latina, em que a violência contra a mulher é praticada por desconhecidos, geralmente com a presença de violência sexual.
Quando o crime resulta da discriminação de gênero, manifestada pela misoginia e pela objetificação da mulher, geralmente com a presença de violência sexual.
Quando o assassinato de uma mulher é decorrente, por exemplo, de latrocínio (roubo seguido de morte) ou de uma briga entre desconhecidos ou é praticado por outra mulher, não há a configuração de feminicídio.
Pelo menos três mulheres são vítimas do feminicídio todos os dias no Brasil; enquanto uma é agredida a cada dois segundos.
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