Violência
Morre criança de 1 ano internada em estado grave com suspeita de maus-tratos em Papagaios; mãe e padrasto são presos
Maria Flor Silva Rodrigues foi enterrada na manhã desta quinta-feira (28). Casal suspeito da morte da menina foi levado para a penitenciária e caso segue em investigação.
Foi velada e enterrada na manhã desta quinta-feira (28) em Papagaios a menina Maria Flor Silva Rodrigues, de 1 ano, que estava internada em estado grave com suspeita de maus-tratos no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte. Ela faleceu na última terça-feira (26). Com informações de g1 Centro Oeste de Minas.
A mãe, de 20 anos, e o padrasto, de 30, foram presos temporariamente na tarde de quarta-feira (27) suspeitos da morte da bebê. O casal foi encaminhado para a Penitenciária Pio Canedo, em Pará de Minas, e deve responder por homicídio qualificado. O inquérito deve ser concluído em 30 dias.
Segundo a Polícia Civil, o casal estava junto há seis meses. A mulher tem outros três filhos, sendo que o mais velho tem 6 anos.
A família já era acompanhada pelo Conselho Tutelar, que constantemente recebia denúncias de que as crianças estariam abandonadas e sem receber os devidos cuidados.
Conforme o delegado Thiago Saraiva, o laudo médico mostra que, além dos hematomas, a bebê estava com afundamento de tórax e lesão na cabeça – ferimentos que não são compatíveis com uma queda, conforme alegou o padrasto em depoimento.
Entenda o caso
Segundo o Corpo de Bombeiros, na manhã da última segunda-feira (25), Maria Flor deu entrada no Hospital Municipal de Papagaios desacordada, levada pela mãe e padrasto.
Exames apontaram que a menina sofreu “traumatismo craniano, com afundamento parietal do lado direito, trauma de tórax, trauma abdominal e hematomas bilaterais de orelha, abaixo do queixo e em outros locais”.
A Polícia Militar (PM) foi acionada e a criança foi transportada para o Hospital João XXIII pela aeronave do Corpo de Bombeiros. Ela foi acompanhada da avó e de um representante do Conselho Tutelar.
O Corpo de Bombeiros informou, ainda, que a mãe alegou que Maria Flor sofreu uma queda dias atrás, mas não procurou atendimento médico, o que os agentes caracterizam como maus-tratos.
Além disso, os médicos relataram aos militares que, no atendimento, tiveram dificuldade de encontrar a veia da menina, devido ao estado de desnutrição. Outro fato é que os hematomas pré-existentes não seriam recentes.
Na versão do padrasto, Maria Flor brincava no quarto com outras crianças de 5 e 6 anos, quando uma delas teria chutado uma bola, vindo a machucar a irmã mais nova.
Mãe e padrasto chegaram a ser levados para delegacia de Pará de Minas, mas, na ocasião, foram ouvidos e depois liberados por falta elementos suficientes para a prisão preventiva ou em flagrante.