Meio ambiente
Moradores da comunidade de Muquém cobram melhorias com o dinheiro destinado pela Vale
Mais de seis anos após o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, os impactos da tragédia ainda ecoam na vida de centenas de famílias e no meio ambiente da região.
O desastre, ocorrido em 25 de janeiro de 2019, matou 272 pessoas e liberou quase 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração, transformando o município em um símbolo da negligência na gestão de barragens no Brasil.
O mar de lama percorreu mais de 9 km em poucas horas, destruindo tudo em seu caminho. Áreas de preservação permanente foram soterradas, a vegetação nativa foi eliminada, e centenas de animais silvestres morreram.
O rio Paraopeba, uma das principais fontes de abastecimento hídrico da região, foi contaminado com metais pesados, como mercúrio, chumbo e arsênio. Até hoje, estudos apontam que a qualidade da água segue comprometida em diversos trechos do rio.
Muito ainda se discute sobre a reparação desses danos, enquanto as comunidades afetadas lutam para amenizar os impactos causados. Ontem foi a vez dos moradores de Muquém se mobilizarem.
Uma comissão de representantes da comunidade esteve na Prefeitura de Pará de Minas, cobrando respostas para suas reivindicações. Um dos participantes, Antônio Brochado, falou conosco.
O vice-prefeito, Luiz Lima, explicou os próximos passos que o município dará nesta questão.
Em 2021, a Vale firmou um acordo de quase R$ 38 bilhões com o governo de Minas Gerais para reparar os danos causados. Parte dos recursos foi destinada à indenização das vítimas e à recuperação ambiental. No entanto, familiares denunciam lentidão nos processos e a falta de transparência na aplicação dos recursos.
No campo judicial, a responsabilização criminal dos envolvidos avança a passos lentos. Executivos da Vale e funcionários terceirizados foram denunciados, mas até o momento nenhum réu foi condenado em definitivo.
Fonte: Rádio Santa Cruz FM https://www.radiosantacruzfmg.com.br/parademinas/noticia/84905/0/moradores-da-comunidade-de-muquem-cobram-melhorias-com-o-dinheiro-destinado-pela-vale