Minas Gerais registra superávit de US$ 24,9 bilhões na balança comercial em 2024

Minas Gerais registrou um saldo positivo de US$ 24,9 bilhões na balança comercial em 2024, com US$ 41,9 bilhões em exportações e US$ 17 bilhões em importações.

As importações e o superávit alcançaram o segundo maior patamar desde 1997, marco temporal da plataforma Comex Stat, da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Já as exportações e a corrente de comércio – que chegou a US$ 58,9 bilhões – bateram recordes.

Em comparação a 2023, o saldo do comércio exterior cresceu 0,6%; as exportações aumentaram 4,1%; as importações avançaram 9,7% e a corrente comercial subiu 5,7%.

Os chineses e os estadunidenses seguiram como os principais parceiros comerciais dos mineiros. As exportações para a China chegaram a US$ 15,3 bilhões (36,6% do total), enquanto as importações atingiram US$ 4,4 bilhões (25,8%). Para os Estados Unidos, as vendas somaram US$ 4,6 bilhões (11%) e as compras, US$ 2 bilhões (11,8%).

Quanto aos tipos de produtos mais exportados, o minério de ferro e seus concentrados responderam por 30% da pauta, mas o destaque do ano foi o café não torrado – que elevou a participação de 14% para 19%. Soja (7%), ferro-gusa, spiegel, ferro-esponja, grânulos e pó de ferro ou aço e ferro-liga (8,2%) e açúcares e melados (5,7%) completaram o top cinco.

A analista de Negócios Internacionais do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Verônica Winter, explica que o resultado do café foi devido à escassez da oferta, que ocasionou um aumento no preço.

No ranking de mais importados, a liderança ficou com adubos ou fertilizantes químicos, exceto fertilizantes brutos, com 6,3% de participação. Na sequência, ficaram: veículos de passageiros (5,8%); demais produtos da indústria de transformação (4,7%); veículos para transporte de mercadoria e usos especiais (3,7%) e medicamentos e produtos farmacêuticos, exceto veterinários (3,7%) – que saltou seis posições de um exercício para o outro.

Diversificação da pauta e contexto político-econômico favorecem o Estado

Na avaliação de Verônica Winter, 2024 foi positivo para o comércio exterior de Minas Gerais. Entre os fatores que impulsionaram o desempenho do Estado, ela pontua a diversificação da pauta exportadora e o contexto político-econômico internacional.

“Temos tentado sempre diversificar a pauta exportadora. A própria Fiemg desempenha esse papel de fomentar essa diversificação. Os produtos que já eram exportados mantiveram as exportações e tivemos um impulso em relação a outros produtos”, pondera.

“Acredito que o contexto político-econômico internacional também tem sido favorável para Minas Gerais. Os produtos mineiros têm sido demandados pelos nossos principais parceiros. A China, os Estados Unidos e a Argentina têm sempre aumentado o percentual de produtos que importam do Estado e que exportam para a gente”, completa.

Volta de Trump à presidência dos EUA deve impactar o comércio exterior em 2025

Em 2025, o comércio exterior de Minas Gerais pode ser impactado pelo retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. Durante a campanha, o republicano sugeriu que aumentará as tarifas sobre os produtos importados da China, em cerca de 60%, e de outros países, entre 10% e 20%, o que se, de fato ocorrer, refletirá nos negócios dos mineiros.