Estelionato
Milionária do crime: mulher é presa suspeita de desviar R$ 35 milhões de empresas de crédito em Nova Lima
A suspeita foi presa em um condomínio de luxo em Nova Lima; ela nega o crime
Uma mulher de 40 anos foi presa nesta terça-feira (25) em um condomínio de luxo em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte. Ela é suspeita de aplicar um golpe financeiro de cerca de R$ 35 milhões em três empresas de crédito das quais era sócia. Após o rombo financeiro, duas das empresas, que operavam em Minas Gerais, declararam falência. Com informações de O Tempo.
A mulher também é suspeita de realizar lavagem de dinheiro comprando itens não rastreáveis avaliados em R$ 15 milhões, como bolsas de grife e relógios. As joias e pedras preciosas adquiridas pela suspeita em Dubai, nos Emirados Árabes, eram repassadas para a revenda em uma joalheria de alto padrão em Nova Lima — a suspeita também era sócia desse estabelecimento. Ela ainda comprava joias no Brasil e conseguia, no exterior, uma espécie de certificação que aumentava o valor das peças.
Família está entre onze detidos
Além da mulher, considerada a cabeça do esquema, outras 11 pessoas também foram detidas suspeitas de participação nos desvios. Entre elas destacam-se o pai da mulher, empresário renomado em Minas, a mãe, irmãos e quatro ajudantes do lar. Dos presos, cinco foram ouvidos e liberados: as funcionárias que auxiliavam a mulher nos afazeres domésticos e os pais dela, devido à idade avançada e por terem colaborado com as investigações.
Entenda o esquema
Segundo a Polícia Civil, a mulher era sócia e trabalhava nas empresas, no setor financeiro, desde 2018. No entanto, os golpes começaram em 2020. A suspeita se aproveitou da parceria, amizade e confiança que mantinha há cerca de 20 anos com os demais sócios das empresas para realizar as fraudes. Primeiramente, a mulher começou a aplicar golpes na empresa que lidava com recarga de cartões de alimentação. Ela recarregava seu próprio cartão e cancelava a fatura dos gastos. Em seguida, a suspeita passou a operar com outra empresa do grupo, que fornecia benefícios para a classe médica. Neste caso, ela chegou a recarregar seu próprio cartão com valores de até R$ 500 mil. A terceira empresa de onde a mulher desviou recursos era uma firma que fornecia crédito para grandes empresários. Nesta empresa, a suspeita simulava operações e depositava altos valores financeiros em sua própria conta bancária.
“Foi somente após os desvios nesta terceira empresa do grupo que ela foi descoberta pelos sócios. Com todas as provas dos desvios, os empresários procuraram a polícia no mês passado. Em um mês, investigamos a suspeita e apreendemos cerca de R$ 15 milhões em bens que ela comprou com o dinheiro desviado. Ela tentou negar o crime de estelionato, mas com todas as provas que reunimos, é impossível que ela se livre”, destacou o delegado Alex Machado.