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MEC anuncia parceria com Google e lança política de recuperação de aprendizagem

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O ministro da Educação, Victor Godoy, anunciou uma parceria com a empresa de tecnologia Google para oferecer acesso a ferramentas gratuitas de apoio pedagógico aos profissionais de educação e estudantes.

O acordo com a Google se materializa na plataforma MECPlace, do governo federal. Essa plataforma vai ser disponibilizada de forma gratuita às escolas do país.

O anúncio foi feito em cerimônia no Palácio do Planalto, nesta segunda-feira (20/6). Questionado na coletiva de imprensa sobre o dado de que ainda há 4 mil escolas da rede pública que não contam com estrutura de energia elétrica, Godoy respondeu que está sendo elaborada uma política com o Ministério de Minas e Energia, chefiado por Adolfo Sachsida.

“Estamos conversando com o Ministério de Minas e Energia para trazer a possibilidade de instalação de células fotovoltaicas nessas escolas e trazer a energia elétrica, e a partir daí possibilitar a conexão dessas escolas à internet. Iniciamos essas tratativas neste ano, ainda estamos elaborando uma proposta de uma política para atender essas escolas”, declarou o ministro da Educação.

O ministro informou que antes da pandemia do coronavírus, em 2020, eram mais de 35 mil escolas sem conectividade. Atualmente, restam pouco mais de 6 mil para serem conectadas, o que deve ocorrer ainda neste ano, segundo prometeu o governo federal.

Na mesma solenidade, o ministro também lançou a Política Nacional para Recuperação das Aprendizagens na Educação Básica, instituída por decreto presidencial, o qual foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) em 24 de maio deste ano.

Segundo Godoy, foram realizados mais de 5 milhões de testes para desenhar o diagnóstico da defasagem de aprendizado dos estudantes da rede pública, agravada durante a pandemia do coronavírus, quando a maioria das escolas da rede ficou fechada por dois anos.

De acordo com o diagnóstico do governo federal, metade dos estudantes do terceiro ano do ensino fundamental, que estão na faixa etária dos 8 anos, não estão alfabetizados. Além disso, 98% dos estudantes de 6º ano, que têm em média 11 anos de idade, não possuem o nível de conhecimento esperado para a série.

Nessa política, os estudantes serão agrupados de acordo com o grau de conhecimento, independente da série que cursam e vão fazer provas quatro vezes por ano para avaliar o nível de aprendizagem. Também serão ampliadas as ofertas de vagas nas escolas.

“Desenvolvemos ainda um aplicativo que utiliza inteligência artificial para alertar e prevenir o risco de evasão e abandono escolar, antes mesmo de o estudante deixar a escola”, destacou Godoy.


Na cerimônia, o presidente Jair Bolsonaro (PL) discursou e criticou o fechamento das escolas durante a pandemia do coronavírus, alegando que não deveria ter fechado porque a “garotada do ensino fundamental” é assintomática.

“Se dependesse de mim, teríamos aula. Não tivemos notícia ao longo da pandemia de necessidade de UTI para criança acometida de Covid-19. Mas fecharam [as escolas]. Estamos agora na busca do tempo perdido. O ensino, a educação, nunca foi prioridade no país”, disse o presidente.

Ao contrário do que disse o presidente, em janeiro deste ano, no Distrito Federal, crianças foram entubadas no pronto socorro do Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB) devido à falta de leitos de UTI, ocasionado pelo avanço das internações de crianças por Covid-19 e uma parcela menor por gripe.

Naquele mesmo mês, em Belo Horizonte (MG), conforme avançava a contaminação de crianças pelo coronavírus, especialmente pela variante ômicron, a prefeitura anunciou a abertura de 49 leitos para atender a demanda de internações pediátricas, sendo 10 leitos de UTI para o acolhimento de crianças com Covid-19.

Foto: Reprodução/TV Brasil


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