Saúde
Maioria dos casos de coronavírus só requer isolamento em casa. Entenda
Secretário Especial de Comunicação da Presidência está em isolamento domiciliar após testar positivo para o novo vírus. Veja cuidados necessários
* Willian Moreira/Futura Press/Estadão Conteúdo
* Brenda Marques, do R7
O Secretário Especial de Comunicação da Presidência, Fabio Wajngarten, está em isolamento domiciliar após testar positivo para o novo coronavírus. A medida serve para prevenir novos casos e é adotada para quem tem quadro leve da infecção. Mesmo assim, essa situação exige cuidados especiais para não contagiar a família e pessoas próximas.
“Como 80% dos casos de covid-19 [doença causada pelo novo vírus] são benignos, a maior parte das pessoas têm indicação de isolamento domiciliar, pois elas não precisam de ventilação, medicação intravenosa ou cuidados mais complexos”, explica o infectologista Hélio Bacha, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.
De acordo com ele, a recomendação é de isolamento total até o desaparecimento dos sintomas. A família do indivíduo infectado pode continuar em casa, desde que existam condições adequadas para manter o isolamento.
A infectologista Ana Freitas, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, enfatiza que o ideal é não compartilhar o mesmo cômodo.
“Se tiver que haver comunicação [com outras pessoas] ou qualquer saída do isolamento, deve ser usada a máscara cirúrgica”, orienta. “Precisa, por exemplo, fazer uma faxina no banheiro e limpar os objetos que a pessoa que está com a doença usa”, acrescenta.
Bacha pondera que o contato com outras pessoas não está totalmente proibido. “Mas é aconselhável que receba o mínimo de visitas. Quem for ter contato [com o doente e seu ambiente de isolamento] vai ter que usar todos os equipamentos de proteção: máscara, avental, luva e óculos”, esclarece.
Apenas pessoas que fazem parte do grupo de risco para a covid-19, ou seja, idosos com mais de 60 anos, pessoas com doenças crônicas – como diabetes e hipertensão – e imunidade baixa não podem ter nenhum tipo de contato com quem está doente.
“Um idoso, por exemplo, não deve ficar na casa de uma família que já sabe que tem o caso”, destaca Ana.
Ambos os especialistas acrescentam que o paciente em isolamento domiciliar deve ser monitorado.
“Esse acompanhamento pode ser feito por visita de uma equipe médica ou a distância.”, afirma Bacha.
“A pessoa pode ir ao hospital se o quadro piorar ou precisar de exames mais complexos, mas isso é exceção. A maior parte dos casos evolui como um resfriado banal”, conclui.