Belo Horizonte
Mãe é presa suspeita de torturar seu bebê para chantagear o pai
Uma mulher está presa em Belo Horizonte suspeita de torturar o filho de 3 meses para chantagear o pai dele.
Em vídeos divulgados nas redes sociais pelo pai do bebê, o menino aparece sendo supostamente estrangulado pela mãe, Ana Jorge Fernandes Marinho, 27, enquanto ela chama a criança de “desgraça”. Ela tem outros três filhos.
Em outro trecho, o garotinho aparece sozinho, chorando muito na cama, enquanto a mãe, com um cigarro na mão, afasta-se e avisa para não se preocupar.
“Por mim, vai ficar chorando. Eu vou ficar só no cigarro e fazendo meus ‘corre’, porque eu gosto é de dinheiro. Quero meus R$ 10, meu carregador. Vou ficar sentadinha esperando”, diz. Ana Marinho está na penitenciária Estevão Pinto após ter a prisão preventiva decretada.
Após tomar conhecimento do vídeo – enviado pelos avós paternos no fim de janeiro –, o pai de Ana, um delegado de polícia aposentado, achou melhor entregar o neto ao pai do menino. “Ela fazia isso para chantageá-lo e conseguir recurso financeiro”, justifica o avô.
Ele conta que a filha faz tratamento psicológico e não concordou em ficar sem a criança. No dia 25 de janeiro, ela alegou, em um boletim de ocorrência, que o bebê havia sido retirado da casa de sua mãe, sem o consentimento dela ou de sua família.
A Justiça restituiu a guarda a Ana no dia 11 de fevereiro, e, por isso, o pai da criança teria ido às redes sociais denunciá-la com os vídeos de maus-tratos ao filho.
BRIGAS FREQUENTES
Vizinhos da suspeita, sob anonimato, contaram para a reportagem ontem que a relação do casal era muito conturbada. “As brigas eram frequentes. Uma vez, meu primo entrou para separar e o jogaram para fora da casa”, recorda uma vizinha de Ana, no bairro São Geraldo, na região Leste.
PM CHECOU DENÚNCIA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Em setembro do ano passado, a Polícia Militar foi até a residência do então casal por causa de denúncias anônimas de violência doméstica. Segundo o boletim de ocorrência, foi oferecida a Ana Jorge Fernandes Marinho, 27, a inclusão no Programa de Proteção às Vítimas que sofrem esse tipo de maus-tratos, mas ela recusou.
As outras três crianças dela são filhos de outra pessoa e moram com uma avó, no interior do Estado. Um vizinho do casal, sob anonimato, disse temer pelo destino das crianças.
“Minha mulher já viu uso de drogas no portão. Já vieram umas mulheres aqui para bater nela. Enfim, é muito difícil”, lamenta o morador do bairro São Geraldo, na região Leste da capital mineira.
O pai de Ana Marinho disse à reportagem que está em contato com o advogado da família para pedir o relaxamento da prisão de Ana.
Fonte: Por IZABELA FERREIRA ALVES – O TEMPO
Foto: Imagem Ilustrativa Web