Colunistas
Mãe
Particularmente, não me sinto seduzido por “datas especiais”, sempre me questiono sobre quem inventou esses “dias de”, e baseado em que. É que apesar de eventuais evidências, me recuso a crer que essa “mágica” idéia resista ao tempo, à modernidade, às novas gerações, fincada apenas no foco de atiçar as vendas do ‘quase sempre em crise’ mercado comercial.
Digo quase, pela complexidade de compreender com clareza a base dos números da nossa macroeconomia, e imagino sempre que as estimativas são ousadas e otimistas demais, muito acima do poder aquisitivo da população média.
Seja lá como for, se me proponho a abordar o tema do momento – o “Dia das Mães” – prefiro fazê-lo direcionado à figura materna diretamente, para quem, certamente, tal dia é apenas uma vírgula no traçado de sua (árdua) trajetória; uma criatura singular doa-se aos seus por completo; definidas com perfeição na metáfora da poeta Cecília Meireles: “aprender com as primaveras a deixar-se cortar e voltar sempre inteira”.
Mães são aquelas que nos conhecem profundamente: nos atormentam e salvam. Sabem, através de um rápido olhar, se estamos bem ou se há algo errado; identificam no nosso tom de voz, a melancolia e a alegria, lêem nossas expressões ofertando o colo quando necessário e são capazes de sentir nossas sensações a quilômetros de distância, como se a adivinhar nosso pensar.
Mães são os personagens que traduzem, literalmente, o significado de amor incondicional: AMAM contudo, todavia, portanto, além e apesar de são a irradiação profunda do sentimento supremo, do aconchego, da paz e segurança que habitam nossa memória infantil e que, não raro, tentamos resgatar para a busca do equilíbrio cotidiano.
Mães têm humildade, esperança, paciência, sabedoria e compaixão. São virtuosas, algumas vezes excêntricas, eventualmente exageradas, sempre desejosas do melhor para os seus.
Compreendem e materializam o perdão como ninguém e o praticam por antecipação. Suas lembranças são sempre vívidas e dentro delas somos eternas crianças, acalentadas por esse infindo amor.
Mães, curiosamente, guardam muitos segredos e um poder de superação que resiste aos infortúnios com coragem e determinação imbatíveis, pois detêm uma força que elas próprias, não raramente, desconhecem, e que impulsionadas pelo bem-querer aos seus, agigantam-se instintivamente para proteger seus rebentos.
Mães são senhoras da beleza de um jeito especial e único. Mulheres puras na imperfeição, porque têm, em primeira mão, a remissão do que chamam divino. Afinal, são Mães – as nossas.
Presenteados somos, pelo BOM PAI, que nos concede a Graça do convívio cotidiano, ao lado de tão frutuoso ser, que encontram na doação aos seus, o sentido da vida.
Nesse mês, especialmente dedicado à elas, ainda que por ” influência mercantil”, que possamos retribuir, o amor que delas recebemos, na gratuidade, uma vez que não raro, o imerecemos; que saibamos saborear cada instante, da docilidade que só elas proporcionam; e que vivamos a intensidade desse amor, expresso na singeleza.
A ELAS nossa gratidão, respeito, afeto, apreço e todo o carinho que pudermos ofertar, para minimamente, retribuir seu infindo amor. Feliz dia das mães, todos os dias.
Abençoada semana
Graça e Paz