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Linha dura? Saiba detalhes do estilo de trabalho de Dracena, novo diretor do Cruzeiro

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Edu Dracena voltará a trabalhar como dirigente após um ano e nove meses de sua saída do Santos - Créditos: Ivan Storti/Santos FC

Edu Dracena, escolhido por Alexandre Mattos, será oficializado como novo diretor-técnico do Cruzeiro

O Cruzeiro anunciará em breve a contratação de Edu Dracena como novo diretor-técnico do clube. O ex-zagueiro, campeão da Tríplice Coroa, em 2003, chegará para integrar o departamento de futebol celeste, agora comandado por Alexandre Mattos. Com informações de Itatiaia.

Aposentado dos gramados em 2019, Edu Dracena acumulou experiências como dirigente nos últimos quatro anos. Ele atuou como assessor técnico no Palmeiras, entre 2020 e 2021, de onde saiu para ser o homem forte do futebol do Santos, até 2022.

Multicampeão dentro de campo, Edu Dracena já deixou claro que tenta repetir, agora fora das quatro linhas, o sucesso que atingiu nos gramados. Para isso, usa do aprendizado como atleta para atingir os objetivos como dirigente.

“O que eu passo hoje como executivo, eu vivenciei aquilo ali como profissional durante 20 anos no campo. Eu estou há dois anos e meio vendo o lado aqui (como dirigente), que é totalmente diferente do que dentro do campo. Dentro do campo eu me resolvia com meus companheiros e comissão técnica. Agora, tomo conta de 30 jogadores, comissão técnica, funcionários. E lidar com essa vaidade é complicado”, disse, em maio de 2022, ao “De Lavada Podcast”.

O último trabalho de Edu Dracena como dirigente foi no Santos. Ele deixou o clube da Vila Belmiro em julho de 2022, após discordâncias com o comitê gestor do Peixe.

Em seu trabalho na Vila Belmiro, Dracena foi importante no fim de 2021, quando ajudou o Santos a escapar do rebaixamento à Série B.

“Hoje o futebol é emocional, é você pegar confiança. É chegar, pô, eu acredito em você. Você vai jogar, vai para cima deles, vai passar. O cara passa uma, duas, e vai embora. O ambiente estava pesado, vinha de uma briga contra rebaixamento no Campeonato Paulista”, relembrou.

Comportamento dos atletas

Agora dirigente, Dracena critica algumas práticas adotadas pelos jogadores atualmente. O que mostra um pouco da mentalidade e estilo de trabalho do novo diretor cruzeirense.

“Tem bastante treinador fazendo isso (vendo vídeos e passando para os atletas). Eu sou zagueiro, então ele passa todos os atacantes que eu enfrentarei no próximo jogo. Apesar de que, para ser sincero, muitos nem veem, não olham o Whatsapp. 80% não veem. Claro que poderia ser do clube, mas vai da pessoa. Só se pegar no pescoço dele. Os caras são barbados, sei o que é melhor para a minha vida, sei o que quero, então eu vou atrás disso, como sempre fui. Se para o jogador já está suficiente ali, paciência. A carreira é curta”, disse, lembrando que a carreira de um atleta é curta.

“Por mais que você se prepare para parar (de jogar futebol), quando você para é um baque. Vinte anos que fazia aquilo, parei. Não sinto falta de treinamentos, mas de alguns jogos, sim, finais com casa cheia. Quando você para dá o baque. Mesmo você preparado dá, imagina quem não está. Aquele que achou que era o suficiente. Em vez de falar, estou aqui, vou me dedicar, vou para a Europa, ganhar meu dinheiro. Pensa que está ganhando um salário legal, mas daqui três, quatro anos, vai fazer o que? Muito difícil”, completou.

Jogadores de ontem x jogadores de hoje

Para Edu Dracena, os atletas atualmente não pensam como os jogadores da geração passada. Ele usou a experiência que teve no Cruzeiro de 2003, campeão do Campeonato Mineiro, da Copa do Brasil e do Campeonato Brasileiro para ilustrar sua resposta.


“O bom de tudo naquele time, é que tinha os caras mais velhos, mas tinha os jovens que estavam com fome, querendo provar. Naquela época é diferente de hoje. Não tinha mídia social, a gente não aparecia muito, era difícil aparecer, dar uma coletiva. Hoje mudou muito, é blindado. O jogador hoje acaba o treino e fica no celular”, criticou.

“Antigamente, acabávamos o treino era resenha, conversa, todo mundo brincando. Isso que está faltando no nosso futebol. As pessoas não sabem da sua vida, só sabem da rede social. Não sabe da sua família como é, não sabe o que você passou. Uma coisa é só foto com risadinha na rede social, acha que está tudo perfeito, e não está”, completou.

Dracena relembrou um episódio de sua carreira, ainda jovem no Cruzeiro, quando levou uma bronca do técnico Vanderlei Luxemburgo. E tentou trazer o episódio para os dias de hoje.

“Em 2004, a gente já tinha sido campeão da Tríplice Coroa. Teve um jogo contra o América, o clássico, e eu fui expulso. Fomos viajar para a Libertadores, para o Chile, e o Vanderlei (Luxemburgo) marcou uma reunião no quarto dele (…) Chegou no quarto dele e ele me esculachou, me deu uma dura do caramba. Eu fiquei quieto, ia falar o que para o homem, era o Luxemburgo. Hoje os moleques não estão nem aí para o que falarem”, começou a contar.

“Acabou a resenha e o Rivaldo me perguntou o que eu tinha feito. Eu falei que tinha sido expulso. No outro jogo, ele me colocou, fiz gol, joguei bem. Falta esse tipo de coisa, das pessoas saberem a hora de escutar. Só passar a mão na cabeça fica muito mi, mi, mi. Muito melindre, hoje você não pode falar nada. (Se falar algo), esquece, o empresário liga, quer derrubar o treinador, vai levar ele (jogador)”, finalizou.


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