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Juiz que interferiu em jogos em 2005, afetando o Cruzeiro, diz: ‘é fácil manipular resultados’

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Edilson Pereira de Carvalho foi banido do futebol em 2005 - Foto: André Porto/Folhapress

Após quase 20 anos do escândalo da “Máfia do Apito”, Edilson Pereira de Carvalho citou ainda que um “árbitro manipula quando quiser”

Quase duas décadas após ser um dos personagens centrais do episódio que abalou as estruturas do futebol brasileiro, conhecido como ‘Máfia do Apito‘, Edilson Pereira de Carvalho voltou a público para falar sobre as manipulações de resultados que marcaram sua carreira como árbitro. Banido do esporte em 2005, o ex-juiz deu uma entrevista reveladora ao canal ‘Cartoloucos’, no YouTube, onde fez confissões impactantes. Com informações de O Tempo.

Durante a conversa, Edilson, pela primeira vez, admitiu ser torcedor do Corinthians, detalhe que ocultou durante os anos em que atuou nas partidas. “Sou corintiano, e sempre fui”, revelou o ex-árbitro, cuja parcialidade foi suspeita na época dos jogos manipulados.

Em seguida, o ex-arbitro de futebol mencionou sobre a facilidade de influenciar o desfecho de um jogo. “É fácil manipular no futebol”, disse Edilson, explicando ainda as táticas que utilizava para alterar resultados a favor de determinadas equipes.

Por fim, Edilson, que foi banido do futebol e se tornou réu em ação penal, assim como outros quatro participantes da máfia do apito, também expôs um período conturbado vivido após o escândalo. “Já pensei em fazer besteira. Três vezes coloquei o revólver no meu ouvido. Hoje, graças a Deus, não fiz isso”, confidenciou.

O ex-árbitro também relatou anos de isolamento e dificuldades extremas para encontrar emprego, refletindo o estigma e a rejeição que enfrentou após os incidentes.

“Fiquei completamente trancado dentro de casa. Precisava continuar com sustento, tenho minha esposa, minha filha. Onde tem gente, eu não vou. O que eu sofri mesmo foi aí… Na procura de empregos. Me deixa em paz, por favor, deixa eu viver. Não é todo mundo santo, os torcedores, ou todo ser humano. Só eu errei nessa vida?” desabafou, questionando a desproporcionalidade das críticas que recebeu em comparação a outros envolvidos.

Assista:

O que foi a “Máfia do Apito”?

A “Máfia do Apito” foi um escândalo de manipulação de resultados no Campeonato Brasileiro de Futebol de 2005. O esquema foi descoberto pelo jornalista André Rizek e publicado pela revista Veja. Os ex-árbitros Edílson Pereira de Carvalho e Paulo José Danelon receberam dinheiro para manipular resultados, ajudando criminosos a lucrarem em apostas milionárias.

A descoberta desse esquema causou grande tumulto e levou à anulação de 11 partidas que ele havia arbitrado, impactando diretamente a tabela de classificação do campeonato brasileiro. À época, alguns clubes tiveram que revalidar seus pontos sob novas circunstâncias, enquanto outros viram uma oportunidade de melhorar suas classificações com as novas partidas.

Os clubes afetados pela manipulação e que tiveram jogos anulados foram:

  • Corinthians
  • Santos
  • Internacional
  • Cruzeiro
  • Vasco da Gama
  • Fluminense
  • Figueirense
  • Ponte Preta
  • São Paulo
  • Botafogo
  • Juventude
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