Jogos de luta resistem ao tempo e seguem fortes na indústria dos games

Mesmo sem ser gamer ou gostar de jogos de luta, não é incomum que se tenha ouvido, principalmente durante os anos 1990, as expressões ‘hadouken’ e ‘shoryuken’ – ambas com direito à página na Wikipédia. As palavras são, na verdade, sons de golpes dos principais personagens de “Street Fighter” que, ao lado de “Mortal Kombat”, contribuíram para a solidificação do gênero como um dos mais importantes da indústria dos games. Com informações de O Tempo.

Não à toa, as franquias seguem até hoje com novos jogos, lançando novas formas de jogo e sendo as maiores referências da atualidade. Claro, há outros títulos com base sólida de fãs, como “The King of Fighter” e “Tekken”, além de desenvolvedoras conhecidas por outros estilos que acabam investindo no setor de luta. É o caso da criadora do sucesso mundial “League of Legends”, Riot Games, que agora vai se aventurar no mundo dos jogos de luta 2D com o “Project L” (sem data de lançamento).

Os jogos de luta, assim, atravessaram as últimas décadas enfrentando diversos concorrentes de peso, como os fps, soulslike, metrovanias e rpg, mas se mantêm firmes e fortes dentro do cenário. Algumas provas desse sucesso estão relacionadas com a consistência desses títulos no mercado. Ano após ano, trazem jogos, personagens e histórias novas. Recentemente, foi lançado o “Street Fighter 6” pela Capcom; houve o anúncio da SNK de um novo “Fatal Fury” e também um campeonato com prêmio de US$ 200 mil (algo em torno de R$ 975 mil).

Mortal Kombat: jogo traz tendências

Entre as novidades de 2023, no entanto, o lançamento de Mortal Kombat 1, no próximo dia 19 de setembro, é o mais aguardado. O jogo da NetherRealm é, para o especialista e sócio da Go Gamers, Carlos Silva, aquele que apresenta as tendências mais importantes do gênero.

“Os jogos de luta basicamente apresentavam o famoso 1×1, que é um personagem contra o outro, e esse modelo foi explorado por muito tempo. Mas a partir de jogos como Mortal Kombat 9, a narrativa que era algo pouco explorado nos jogos, começou a ganhar espaço. Com isso, as franquias de luta começaram a trazer complementos importantes como modo história, mas sem perder os modos tradicionais e, sem dúvida, esse foi um dos pontos marcantes”, disse.

De acordo com a Pesquisa Game Brasil (PGB) de 2023, os jogos de luta aparecem em terceiro lugar, com 61,3%, como gênero de maior conhecimento dentro da prática e consumo de eSports. Em primeiro lugar estão os jogos de futebol (81,4%) e em segundo, Battle Royale (69,6%).

Embora seja grande fã de Street Fighter, Carlos acredita que o jogo assinado por Ed Boon e John Tobias tenha acrescentando mais que seu “rival”. “Acredito que o MK conseguiu, ao longo do tempo, se atualizar de uma maneira interessante, com animações cada vez mais realistas e impactantes, mas também pela presença de ícones da cultura pop como Predador, Rambo, Robocop e diversos outros. Isso criou um engajamento com novos jogadores, pois nem todos os personagens possuem um jogo próprio”, opinou.

A importância dos jogos de luta para o mercado

Com relação à presença dos jogos de luta no mercado, Carlos acredita que o gênero não seja o principal da indústria dos games, mas assume que importância dele é inquestionável. “Os jogos de luta atualmente não são os jogos com maior público ativo quando comparado a outros gêneros, mas são marcas muito populares e reconhecidas pela comunidade de gamers. Essa popularidade tem relação com o movimento dos anos 90, o qual fez alguns títulos e personagens se tornaram icônicos para os gamers”, disse.

A relevância histórica do gênero para o mercado pode ser atestada pela presença dele em outros jogos muito populares. “Quando novas versões desses jogos [de luta] são anunciadas, muitos jogadores se interessam. Além disso, já se tornou comum algumas parcerias em títulos como Fortnite, Free Fire e PUBG, que têm personagens do Street Fighter. Isso reforça a marca e mantém o produto inserido nas principais plataformas de jogos”, conclui Carlos.