Pandemia
Janeiro de 2022 é o mês com mais casos de Covid desde o início da pandemia em Minas
A avalanche de transmissão do coronavírus deriva da variante ômicron; cepa é a que contamina com mais velocidade dentre as variações do Sars-CoV-2
Janeiro de 2022 já é o mês com mais casos notificados de Covid-19 desde o início da pandemia em Minas Gerais. Em 28 dias, o primeiro mês do ano contabilizou 423.845 diagnósticos positivos da doença, uma média de 15 mil confirmações diárias, superando inclusive os 413 mil casos registrados de julho a dezembro de 2021. Ontem, o Estado bateu o recorde de infecções em único dia, com 40.753 cidadãos contaminados. As informações são do jornal O Tempo.
Conforme dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG), se considerado o total de 2,6 milhões de infectados em Minas desde março de 2020, os casos de janeiro representam cerca de 15% da totalidade. O cenário já era previsto por órgãos sanitários, que sinalizavam para um pico de transmissão do coronavírus entre o final de janeiro e início de fevereiro não só em Minas, mas em todo Brasil.
A avalanche de na transmissão do coronavírus deriva da variante ômicron. A cepa é a que contamina com mais velocidade dentre as variações do Sars-CoV-2 e até mesmo de outros vírus contagiosos, na avaliação de especialistas. Nesta semana o Estado já havia batido o recorde de casos duas vezes. No entanto, a infecção de mais de 40 mil pessoas em único dia ocorreu pela primeira vez. O pico anterior havia sido alcançado na última quarta-feira (26), com 36.383 positivados.
“Essa onda nunca foi tão violenta em termos de transmissibilidade. Isso mostra a relevância da vacina e como mudou o curso da pandemia. Por ela (ômicron) ter sido capaz de disseminar de maneira tão rápida e agressiva, muito provavelmente não conseguiríamos suportar no sistema público de saúde se chegasse antes do início da vacinação”, assinala o infectologista e presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Estevão Urbano.
Os sintomas mais leves gerados pela ômicron, aliado ao grande número de pessoas completamente vacinadas que estão assintomáticas podem representar um número ainda mais elevado de casos, avalia o professor do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, Renan Pedra. “Sem sombra de dúvidas há uma subnotificação, a dificuldade é mensurar qual o tamanho”, assinala.
Perfil
A faixa etária com mais registro de casos é entre 30 a 39 anos, responsável por 22% dos registros, seguida pelo público de 40 a 49 anos, com 19%, e de 20 a 29 anos, que representam 18,1%. “Não temos ainda vacinas capazes de impedir infecção e transmissão entre os vacinados”, alerta a diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações, Mônica Levi.
No atual momento da pandemia, em que muitas cidades restringem apenas grandes aglomerações em eventos, a única maneira de controlar a transmissão é com medidas preventivas, segundo a médica, como uso adequado de máscaras e a não participação em grandes aglomerações. “A ômicron transmite com muita facilidade. As pequenas aglomerações de Natal e Revéillon resultaram nisso que estamos vivendo, então não dá para pensar nem em pequenos agrupamentos”, acrescenta Levi.
Acompanhamento
Desde março de 2020, 57.137 pessoas morreram pela doença em Minas Gerais, Atualmente, 227.225 pacientes são acompanhados pela Secretaria de Estado de Saúde. Ou seja, são casos confirmados de Covid-19 que não evoluíram para óbito, cuja condição clínica permanece sendo acompanhada ou aguardando atualização pelos municípios. Mais de 2,6 milhões de mineiros já foram contaminados pelo coronavírus desde o início da pandemia.