Saúde

Incidência de infartos em mulheres aumenta mais do que em homens

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Após infarto aos 34 anos, Kênia reforçou a alimentação regrada e os exercícios — Foto: Fred Magno / O Tempo

Historicamente mais associado aos homens, o infarto tem tido aumento maior entre as mulheres, em todas as faixas etárias. De 1990 a 2019, as ocorrências no país cresceram 150,4% no público feminino e 131,3% no masculino. Entre as mais jovens, de 15 a 49 anos, por exemplo, a elevação foi de 61,6%, contra 59,9% nos homens. Os dados, que não são regionalizados, são de um estudo da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Com informações de O Tempo.

Embora a ocorrência no público feminino seja menor do que no masculino, o aumento preocupa e é explicado, sobretudo, pelo estresse oriundo da dupla jornada (profissional e doméstica). Além disso, alimentação inadequada, falta de exercícios físicos, tabagismo, alcoolismo, descontrole do diabetes e da pressão alta aumentam os riscos.

“É uma sobrecarga, aumentando o nível de estresse. A mulher concorre com o homem, mas mantém a assistência familiar como prerrogativa do gênero. Esses fatores têm comprometido (a saúde)”, alertou Eliana Pires, cardiologista do Hospital Felício Rocho. “Deixou de ser uma surpresa ver mulheres acima de 30 anos que infartam”, completou Maria Flávia Abrão Issa, cardiologista da Santa Casa.


Mesmo sem fator de risco aparente, a administradora Kênia da Cruz (foto), de 36 anos, passou pela situação dois anos atrás. Ela ia para o trabalho e sentiu dores no tórax. Chegou ao hospital sem conseguir respirar e com dormência nos braços. “Me explicaram que eu estava com 99% da via obstruída. Fizeram um cateterismo (introdução de um tubo fino até o coração) e colocaram um stent (espécie de mola para evitar a constrição de vasos). Eu não fumava, não bebia, não tinha histórico (de infarto) na família. Me alimentava bem e fazia exercícios físicos. Até hoje, não sei o que causou o infarto”, afirma.


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