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Dívidas

Inadimplência recua e encerra ano com 65 milhões endividados no país

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Quatro em cada dez estavam negativados em 2022; valor médio do calote é de R$ 3.812 e se concentra na faixa etária dos 30 a 39 anos

O Brasil encerrou o ano passado com 65 milhões de inadimplentes, uma leve queda na comparação mensal depois de seguidos meses de alta. O número indica que quatro em cada dez brasileiros estão com o nome sujo, de acordo com levantamento da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) em parceria com o SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito).

Em média, o brasileiro endividado possui R$ 3.812,61 para pagar, sendo que 87% do rombo nas finanças pessoais estão concentrados nos bancos. Outro dado curioso é que o devedor tem, na média, apenas duas empresas credoras — teoricamente, o que facilita a solução para o problema.

Os dados ainda mostram que cerca de três em cada dez consumidores (33,64%) tinham dívidas de valor de até R$ 500, percentual que chega a 48,13% quando se fala de dívidas de até R$ 1.000. Portanto, quase metade dos devedores brasileiros possuem débitos relativamente pequenos em aberto.

O presidente da CNDL, José César da Costa, explicou que “a entrada do 13º salário e a abertura de vagas de trabalho temporário no final do ano podem ter contribuído para essa queda, que apesar de tímida, rompe um histórico de crescimento e de recordes dos meses anteriores”.

De acordo com o especialista, a quantidade de devedores liga o sinal de alerta e “deve ser acompanhado com atenção”.

Perfil do devedor

A maior parte dos endividados brasileiros se concentra na faixa etária entre 30 e 39 anos de idade — são 16 milhões de pessoas. Quanto ao gênero, há um equilíbrio: 50,87% de mulheres estão com débitos em aberto e 49,13% de homens estão encrencados.

“O início do ano é sempre um momento de gastos extras como pagamentos de impostos e de compras de materiais escolares, no caso de quem tem filho, por exemplo. Por isso, o consumidor deve se manter atento ao orçamento e priorizar o pagamento das contas antes de fazer qualquer compra extra”, explica o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.

Quanto ao tempo da dívida, um em cada três devedores estão nessa situação entre três meses e um ano. Significa dizer que a maioria dos endividados não costuma se alongar com o que deve.

Dinheiro a receber

Quanto ao valor das dívidas a receber, os bancos lideram o ranking com 62,08% do total. Depois, o comércio (12,11%), o setor de água e luz (11,19%) e comunicação (7,84%) aparecem como os segmentos com os maiores valores absolutos para serem quitados pelos devedores.

“Com o Ano-Novo, muitos gostam de se planejar e estabelecer objetivos pessoais e profissionais, então é um bom momento também para planejamento da vida financeira. Rever as despesas, renegociar serviços, identificar aqueles gastos que não fazem mais sentido na família, colocar no papel os sonhos de consumo, seu preço e prazos, ajuda a manter uma vida financeira saudável. Com planejamento a chance de entrar na inadimplência é menor. Para aqueles que realmente ainda não conseguem poupar o objetivo deve ser a melhoraria da qualificação e da renda”, explica a especialista em finanças da CNDL Merula Borges.

Para todos os indicadores, considera-se que uma dívida é a relação de um credor com um devedor, mesmo que esse credor tenha incluído vários registros desse devedor junto ao SPC Brasil. Ou seja, mesmo que um devedor tenha quatro registros de um mesmo credor, assume-se que esse consumidor tem apenas uma dívida.

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