Atacante do Cruzeiro nos anos 1960 e 1970 morreu neste segunda-feira (17), em Belo Horizonte, aos 73 anos
A morte do ex-atacante Palhinha, de 73 anos, foi lamentada por vários ídolos da história do Cruzeiro. Expoente do clube celeste, o ex-jogador teve passagem marcante pela Toca da Raposa no final dos anos 1960 e anos 1970. Com informações de Itatiaia.
À Itatiaia, personalidades ligadas ao Cruzeiro relembraram histórias com Palhinha e lamentaram o falecimento de um dos grandes jogadores do futebol brasileiro.
Raul Plassmann sobre Palhinha
“Tomado pelo impacto, pela pancada que tomei com a notícia do falecimento do nosso querido Palhinha. Vamos desejar à família força para resistir. Difícil a gente falar alguma coisa. Nada conforta, é duro. A gente fica profundamente abalado, que é amigo, imagina a família. É muito difícil dizer alguma coisa. Eu vou sempre lembrar dos prazeres que tive com o Palhinha, tanto na parte profissional quanto no dia a dia na Toca da Raposa. Aquela velha Toca da Raposa, a original. Vou me lembrar sempre dele com alegria, pessoa fantástica. Que Deus o tenha. Todo conforto possível para a família, meus pêsames. Eu sinto, e sinto muito. Nós éramos muito próximos.”
Tostão sobre Palhinha
“O Palhinha era uma grande revelação do futebol do Barreiro (bairro de Belo Horizonte). Ele chegou ao Cruzeiro novinho e era um espetáculo de jogador desde o início. Muito rápido, driblador, artilheiro. Lembro que ele botou pressão em mim para ser titular. Com a minha saída, ele se tornou titular e deslanchou de vez. Acho que a minha saída ajudou, pois o Cruzeiro já queria dar mais espaço para ele. Ele era muito talentoso, tinha velocidade, sabia driblar e fazia muitos gols. Palhinha foi meu grande substituto no Cruzeiro naquela troca de gerações. Ainda rapazinho, ele levava alegria aos treinos. Era muito brincalhão, gostava de rir, contar piadas. Era um jogador que estava sempre sorrindo. Lembro que ele era de uma família tradicional no Barreiro, tinha boa condição e cheguei a conhecer alguns parentes dele. Lamento muito a morte dele ainda novo, aos 73 anos.”
Palhinha ‘Dois’ sobre Palhinha
“Hoje era para ser um dia bom de verdade, mas a notícia não é boa. Eu sou o Palhinha genérico. Sempre falava com o Vanderlei (Eustáquio de Oliveira) que ele era o Palhinha verdadeiro e eu era o genérico dele. Por outro lado, ele respondia que ficava muito feliz por eu ter mantido o apelido dele de uma forma profissional, decente. Procurei honrar esse nome dentro da minha carreira e na vida particular também. Quero desejar à família, que Deus possa confortar a todos. Que o Palhinha possa estar em um ótimo lugar, e que Deus guarde todos vocês. Abraço a todos. Um dia triste, mas a vida é dessa forma mesmo. Abraços.”
Evaldo sobre Palhinha
“Palhinha era um jogador diferente, ele era bravo demais. Ele queria jogar bola, queria porque queria. Era de uma família que tinha alguma condição, mas queria jogar bola. Ele queria dormir na concentração com a gente, que falava com ele, vai para sua casa. Ele dizia que não, porque queria ficar com a gente. Ele era um cara de grupo, bravo, e entrava no campo e não tinha disso, não respeitava o adversário, ia para cima, dividia a bola com os caras. Ele corria muito, era muito rápido. Ele trouxe muitas alegrias, e deixou saudade. Ele respeitava os mais velhos, os jogadores mais velhos, pedia sempre opinião. Foi um grande jogador. Infelizmente, a vida da gente é curta, não sabemos o dia que vamos embora. Vamos rezar pela família dele, por quem fica, e rezar por ele também.”