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IBGE inicia coleta de informações sobre áreas urbanas brasileiras para o Senso 2020
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) deu início nesta quarta-feira, dia 20, a novos testes piloto do Censo Demográfico 2020. Equipes do instituto começaram a percorrer as ruas de 20 municípios em 14 Unidades da Federação.
O objetivo é colher informações dos locais que serão visitados, testar os equipamentos e softwares de coleta de informações e checar possíveis necessidades de correções no questionário.
A etapa iniciada nesta quarta-feira é a Pesquisa Territorial do Entorno Urbanístico dos Domicílios, que define as principais características das áreas urbanas antes que os recenseadores comecem as visitas domiciliares. Nos próximos dias, serão testados os parâmetros e as rotinas do levantamento de campo, que é feito pelos especialistas em geociências do IBGE.
“A pesquisa do entorno é observação direta, a gente não pergunta nada”, explicou Gabriel Barros, coordenador de coleta do Censo Demográfico no Rio de Janeiro.
IBGE começa testes do Censo Demográfico 2020 nas ruas brasileiras
A Pesquisa do Entorno Urbanístico verifica se os domicílios a serem visitados estão em um aglomerado subnormal, como as favelas, se as ruas têm calçamento, iluminação pública, coleta de lixo, bueiros, pontos de ônibus, faixas para pedestres, arborização ou se as vias de acesso permitem a passagem de veículos. Outras questões verificadas pelo IBGE serão esgoto a céu aberto, rampas para portadores de deficiência, calçadas para cadeirantes, existência de piso tátil para deficientes visuais, ciclovias e elementos de convívio, como bancos de praça, quadras de esportes etc..
“São consideradas favelas aglomerados de 51 domicílios, no mínimo, sem a posse da propriedade na maiores deles, com pelo menos uma característica de precariedade, como não ter água, ou esgoto, ou coleta de lixo, ou padrão urbanístico irregular”, exemplificou Cayo de Oliveira Franco, gerente de classificação territorial do IBGE.
Embora os trabalhos já estejam a todo vapor no instituto, o levantamento ainda está ameaçado de postergação pela falta de verbas e de contratação de pessoal. O custo total do Censo Demográfico 2020 foi calculado em R$ 3,4 bilhões. Em 2018, em meio a resistências da equipe econômica no governo de Michel Temer, o IBGE pediu ao então Ministério do Planejamento R$ 344 milhões para investimento em equipamentos e software no ano de 2019. Do orçamento pleiteado, foram concedidos apenas R$ 240 milhões para os trabalhos ao longo deste ano.
No ano passado, o órgão recebeu R$ 6,7 milhões em recursos para os preparativos da operação censitária, de uma previsão inicial de R$ 7,5 milhões Outros R$ 3,056 bilhões serão necessários para viabilizar a coleta em 2020.
O órgão defende que outro pré-requisito fundamental para a condução do levantamento censitário é a contratação dos funcionários que percorrerão todos os domicílios brasileiros.
“O orçamento do Censo 2020 e os processos seletivos necessários para a contratação dos recenseadores ainda aguardam autorização do governo federal”, informou o IBGE, em nota.
A coleta do Censo 2020 está prevista para começar em agosto do ano que vem. No levantamento, cerca de 220 mil recenseadores visitarão mais de 70 milhões de domicílios nos 5.570 municípios brasileiros.