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Hora do veredito
É chegada a hora do veredito, dia 28 elegeremos o mandatário da Nação, e também nosso futuro governador das Gerais; depois de uma campanha, caracterizada por um acentuado tiroteio verbal, chegamos à reta final, com os postulantes, cada qual a seu modo, buscando convencer o eleitorado, de que são merecedores de sua confiança.
Na esfera Nacional, poucos foram os momentos construtivos nesse segundo turno, as polêmicas dominaram o debate, de uma disputa que diferentemente de outros tempos, migrou para as mídias sociais, abrangendo o espaço outrora designado ao rádio e à TV; essa nova forma de comunicação tem tido papel primordial no pleito em curso.
Embora a retórica do adversário enfatize a temática, Bolsonaro avisou que não irá a nenhum debate, ainda que os médicos o tenham liberado. Segundo o Datafolha, 73% dos eleitores avaliam que ele deveria duelar com Haddad diante das câmeras. Entretanto, 76% declaram que não cogitam mudar o voto, em função dos debates, o que dá àquele que lidera as pesquisas, certo conforto, porém deixa empobrecido o favorável tempo para o embate construtivo.
Verdade também, que há algo de sádico na forma como os candidatos são expostos, questionados, insultados e até ridicularizados nos debates. Neste segundo turno de 2018, a perversão ganharia nova dimensão, pois um dos contendores convalesce de um processo cirúrgico, levando consigo uma desconfortável bolsa de colostomia, fato que seguramente seria explorado pelo eleitorado não afeiçoado ao postulante.
Dados das últimas pesquisas, dão conta que Subiu para 54% a taxa de eleitores que declaram que jamais votariam em Haddad. Quer dizer: o capitão será empurrado para a cadeira presidencial pela maior força política da temporada: o antipetismo; raciocínio embasado por um sem fim de enquetes eleitores, que apontam o favoritismo do “mito”.
E do Nordeste veio o inusitado desses dias eleitoreiros; língua em riste, Cid, irmão do presidenciável Ciro Gomes, declarou que Haddad vai “perder feio” a eleição. Afirmou que será “bem feito”, porque o PT “fez muita besteira” e se recusa a protagonizar “um mea-culpa”. Disse, de resto, que não há muito a fazer, pois “o Lula está preso, babaca”, protagonizando de forma intempestiva, o mais espantoso acontecido dessa pendenga eleitoral.
Tivemos também, “o caso do WhatsApp”, onde empresários estariam propiciando o envio de milhões de mensagens em prol da campanha de Jair Bolsonaro. Supostamente, essas contas enviaram mensagens consideradas spams. Na denúncia revelada pelo jornal Folha de S.Paulo, a campanha de Bolsonaro poderia estar envolvida em prática ilegal, já que o apoio financeiro de empresas aos candidatos é proibido pela lei eleitoral. Também poderá haver investigação sobre suposto caixa dois.
Vê-se que o caminhar das eleições nesse segundo turno, quase nada produziu de efetivo proveito, no tocante às soluções das nossas infindas demandas, um dissabor o desperdiçamento de tão singular oportunidade.
Aqui pelos lados das Alterosas, uma disputa não menos intensa e acalorada, pela chegada ao Palácio da Liberdade, num debate até certo ponto propositivo, uma vez que o desafio do futuro governante é imenso, gerir um estado com um déficit orçamentário anual na ordem de 11 bilhões de reais, impulsionado sobretudo pela folha de pagamento e pela previdência; além de outras demandas, tais como o atraso nos repasses aos municípios. Mas tivemos espaço também para as intempéries, com argumentações descabidas e ofensivas, chegando ao ponto do suposto caso de pedofilia atribuído a um dos personagens, além de outros tantos momentos despropositais.
Enfim, temos a incumbência da opção pelos gestores que conduzirão a Nação e o Estado, que o façamos com liberdade e responsabilidade, e que DEUS abençoe essas gentes, sempre esperançosas, ainda que os quadros apresentados suscitem mais incertezas que convicções.
Abençoada semana, Graça e Paz