Colunistas
Hora de assumir a responsabilidade!
O que faremos de nosso patrimônio?
A velha máxima de quem compra terra não erra parece se aplicar, tão somente, ao setor privado. Ano após ano, o município de Nova Serrana vem se desfazendo de seu patrimônio público, e inaugurando “obras” em prédios alugados.
Foi-se o tempo em que os recursos da Prefeitura e suas respectivas áreas institucionais eram utilizados, ainda que através de permutas ou leilões, para ampliar o passivo do município. Hoje, até a nossa frota é particular. E a sucata, aos poucos vai sendo colocada à venda para liberar espaço no pátio do Centro Administrativo.
A gente não comprava rua. Simplesmente abria e lançava o piche com asfalto. A gente fazia conjunto habitacional e possibilitava acesso a terra através de programas como o Meu Primeiro Lote. As ações públicas eram mais arrojadas, acompanhando o ritmo de nossos empreendedores do setor calçadista.
Mas isso ficou no passado? Não. Pois ainda temos homens e mulheres que sonham, mesmo que o cenário não seja propício aos olhos dos mais pessimistas.
Como professor de empreendedorismo e especialista em administração pública, tenho a certeza que é na crise que a gente se reinventa. Vamos precisar de um plano estratégico. Com metas de curto, médio e longo prazo.
Após 2020, não haverá reeleição. Vão ser governos do tipo: missão dada, missão cumprida. Caso contrário, o grupo perde a cadeira. Talvez acabemos com as obras eleitoreiras. Talvez deixemos que outras lideranças despontem, sem briga de ego ou utilização da comunicação institucional para promoções pessoais.
Vai ser uma oportunidade para que grupos entendam que é preciso trabalhar sem ofuscar ninguém; o sol irá brilhar para quem mostrar a que veio. Vai ser a oportunidade para que lideranças, do legislativo, do secretariado, e até da iniciativa privada, busquem mostrar o seu valor.
Talvez tenhamos verdadeiros gestores e não pré-candidatos à reeleição. Mas sinceramente, queria ver um líder diferente, que ocupando a cadeira maior da municipalidade, privilegiasse nossos talentos. Que as escolhas de seus chefes, diretores, assessores e agentes políticos se baseassem em três pilares: 1) a moralidade; 2) a capacidade; e 3) o compromisso.
Para colocar nossa cidade nos trilhos é preciso ser honesto, capaz e proativo. E sobre a experiência? Boa lembrança. Um time de futebol para ser campeão, normalmente mescla a juventude e a experiência.
Tanto na administração privada como no setor público, essa mistura é vista com bons olhos. Pois se trata da aglutinação daqueles que sabem o caminho com aqueles que carregam a perspectiva de novos trajetos.
O gestor seria o técnico deste time, com características coincidentes com aquelas exigidas de seus subordinados. Afinal, os líderes motivam pelo próprio exemplo, que neste caso, deve acrescer mais duas qualidades: a capacidade de ouvir, saber que o grito que vem das arquibancadas não é, simplesmente, a voz de leigos, mas de quem sabe muito bem o que não está funcionando direito.
Às vezes, com um pouco de paixão, mas nunca divorciado da razão, e finalmente, a capacidade de assumir a responsabilidade pelo resultado, pelo esquema que foi montado, com as ferramentas que tinha em suas mãos. Nessa hora, nada de reclamar daquilo que passou, da herança que recebeu. Pois se não dá para fazer tudo, a ideia é fazer o melhor que pode ser feito.