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Denúncia

Homem com esquizofrenia denuncia dificuldade para se vacinar em Contagem

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Apesar do Plano Nacional de Imunização (PNI) prever a inclusão de pessoas com esquizofrenia no grupo prioritário de vacinação contra a covid-19, pessoas com a doença têm enfrentado dificuldade para conseguir se imunizar seja por falta de clareza dos critérios ou pela falta de conhecimento dos profissionais que estão aplicando o imunizante.

Em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, o servidor público Fernando Coimbra Prado, 35, ficou duas horas na fila, com o laudo médico para só depois de muita espera receber a resposta negativa. “A lei brasileira de inclusão e a ONU já reconheçam a esquizofrenia e outros transtornos mentais incuráveis como deficiência mental e/ou psicossocial. É uma doença crônica, não tem cura. Eu faço uso de medicamentos, faço tratamento, levei meu laudo e nada, os profissionais são mal orientados, eles ficam olhando se você tem alguma imperfeição aparente”, desabafa o servidor, que registrou a reclamação na ouvidoria do município.

Entenda
No PNI, o Ministério da Saúde informa que as pessoas com deficiência permanente e doenças crônicas neurológicas estão entre os grupos prioritários para vacinação contra a Covid-19. Por meio de nota, a pasta afirmou que a seleção de grupos prioritários foi definida considerando a vulnerabilidade dos grupos aos sintomas mais graves e óbitos pela Covid-19. A recomendação é para que estados e municípios sigam o que está previsto no plano.

Uma pesquisa realizada por pesquisadores da Universidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, mostrou que pessoas com esquizofrenia têm quase três vezes mais risco de morrer por Covid-19 do que aquelas sem a distúrbio psiquiátrico. O estudo levanta hipóteses que talvez possa haver algo na biologia da esquizofrenia que torna aqueles que a têm mais vulneráveis ​​à Covid-19 uma vez que a pesquisa identificou que pessoas com outros problemas de saúde mental, como transtornos de humor ou ansiedade, não apresentam risco aumentado de morte por infecção pela doença.

“No Brasil, existe uma grande dificuldade histórica de dar efetividade as leis. A história da saúde mental no país é sempre ocupou um lugar marginal, sempre foi renegada a segundo, terceiro e quarto plano. Eu acredito que a responsabilidade é muito maior dos órgãos de saúde do que dos próprios servidores”, avalia Fernando Coimbra.

Outro lado

Procurada, a Prefeitura de Contagem informou que segue as diretrizes do Ministério da Saúde e não nega a vacinação para pessoas com deficiência permanente. A pasta ressaltou que o caso relatado pela reportagem pode ter sido específico. O município orienta que eventuais denúncias, para serem apuradas, precisam ser realizadas formalmente na Ouvidoria do SUS pelo telefone 0800 283 2947 ou pelo WhatsApp (31) 9257-0653. As reclamações também podem ser encaminhadas pelo e-mail: [email protected]

Por meio de nota, a prefeitura destacou que considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.

“A deficiência deverá ser preferencialmente comprovada por meio de qualquer documento comprobatório, desde que atenda ao conceito de deficiência permanente, podendo ser: laudo médico que indique a deficiência; cartões de gratuidade no transporte público que indique condição de deficiência; documentos comprobatórios de atendimento em centros de reabilitação ou unidades especializadas no atendimento de pessoas com deficiência; documento oficial de identidade com a indicação da deficiência; ou qualquer outro documento que indique se tratar de pessoa com deficiência”, explicou o município.

Fonte: O Tempo

Foto: Flávio Tavares/O Tempo

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