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Gilberto, Vital e as escolhas que encurtam ainda mais o elenco do Cruzeiro

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Gilberto na partida contra o Goias - Créditos: Itatiaia

Zé Ricardo falhou na escalação e na estratégia para o duelo com o Fluminense, pelo Brasileirão.

O Cruzeiro perdeu para o Fluminense, por 1 a 0, jogando no Maracanã. Até aí, nada que fuja à realidade das duas equipes, que hoje não estão no mesmo nível técnico dentro de campo, e obviamente também estão em realidades diferentes no que se refere ao investimento no departamento de futebol. Com informações de Nathália Fiuza/Itatiaia.

Mas o desempenho da equipe dentro de campo, no segundo jogo do técnico Zé Ricardo no comando do time celeste, evidenciou, a meu ver, que o Cruzeiro foi refém de escolhas ruins do seu treinador, tanto na escalação, quanto na estratégia proposta para a partida.


O Fluminense tem jogadores de muita habilidade e qualidade com a bola nos pés. O time executa com obediência o padrão de jogo do seu treinador: muita posse de bola, troca de passe constante, além de muita movimentação (em especial dos homens de meio-campo).

O time carioca busca o gol a todo o momento, ataca com muitos homens na área adversária. Justamente por isso, costuma dar espaços. Algo que o Cruzeiro poderia aproveitar, mas não o fez.

Para marcar a saída de bola do Fluminense e atacar os espaços com velocidade e objetividade, o Cruzeiro precisava de jogadores leves, rápidos, de boa movimentação. A escalação, no entanto, mostrava o contrário.

Para neutralizar o domínio adversário, o ideal seria congestionar o meio-campo, evitando que o Fluminense trocasse passe com liberdade e conduzisse a bola até os atacantes. Nada disso foi feito.

Lucas Silva, como segundo volante, tinha muitas responsabilidades sem a bola e deixou a desejar na marcação, sem ainda ter a liberdade para chegar à frente e articular o jogo do Cruzeiro.

Mateus Vital, para além da chance claríssima que teve quando o jogo ainda estava 0 a 0, nada fez. Não marcava pressão na saída de bola do Flu. Não fechava espaços. Pouquíssimo apareceu à frente.

Gilberto, o escolhido para o comando de ataque, teve mais uma atuação para esquecer. Por mais que a bola tenha chegado pouco até ele, o camisa 99 deixou muito a desejar na pressão de saída de bola do adversário, sem conseguir puxar a marcação e abrir espaços para os companheiros.

A meu ver, não era jogo para o Gilberto. O campo e bola já não justificariam a sua escalação e, além disso, a tônica do jogo pedia um atacante de mais movimentação e dinâmica.

Vital não participa de um gol do Cruzeiro há 20 jogos. Sua última assistência foi em abril. Lucas Silva, com liberdade para criar e chegar à frente, tem agregado muito mais. A meu ver, faria mais sentido escalar mais um volante (para congestionar o meio-campo) e liberar Lucas como o articulador do time. Vital, inclusive, logo deve perder posição para Matheus Pereira.

Sobre Nikão, não fez um grande jogo, mas vinha pedindo espaço. Tinha experiência para segurar a bola na frente e oferecer mais controle de jogo, além da qualidade no passe. Talvez a ideia do Zé Ricardo fosse fazer o Cruzeiro ter mais posse, impor algum desconforto ao Fluminense que não fossem apenas contra-ataques. Mas nada funcionou. Nikão era jogador para o segundo tempo, de preferência com a vantagem no placar.

No segundo tempo, quando optou por jogadores mais leves e velozes, o time celeste impôs perigo e só não encaixou contragolpes melhores porque esbarrou, novamente, na limitação técnica dos próprios atletas.

O elenco do Cruzeiro é limitado. Em qualidade e quantidade. Mas quando o técnico faz escolhas erradas e opta pelos jogadores que não vêm rendendo, se limita ainda mais de opções. Aqueles que poderiam ajudar perdem espaço, e se insiste em quem não vem ajudando.

Pepa cometeu esses mesmos erros. Quando mudou, por exemplo, contra o Athletico-PR, o time melhorou em desempenho (por mais que o resultado não tenha vindo).

Que Zé Ricardo aprenda rápido e o Cruzeiro não seja punido.

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