Policial
Fui à polícia para que parem de usar foto da minha filha como meme
“Já não basta a culpa, ainda tenho que lidar com pessoas falando: ‘ah, é meme, é engraçado’. Claro, meu amor, não é o seu filho, não é seu parente, não é nada seu”
Em setembro de 2022, a atendente Evelyn Orozimbo publicou no seu Instagram uma inocente montagem de vídeos com a evolução dos primeiros meses de vida da sua filha. Com informações de CNN Brasil.
Ela conta que o vídeo começou a viralizar semanas depois de ser publicado, bateu 7 milhões de visualizações.
“Quando fui ver o motivo de o vídeo viralizar, era porque estavam falando da aparência da minha filha quando ela era recém-nascida. Não teve elogios em nenhum momento, só comentários negativos sobre ela”, conta.
“Não sei de onde veio isso ou quem começou a compartilhar e fez com que ele viralizasse de forma tão negativa”, acrescenta.
A filha dela virou meme e alvo de comentários ofensivos. A mãe passou a receber críticas por ter exposto a criança na internet.
Em pouco tempo, a imagem da menina recém-nascida foi parar em publicações de páginas de humor e vídeos de influenciadores digitais.
A garota se tornou um exemplo de “bebê feio”. As tentativas da mãe de retirar as publicações que usavam imagens da filha fracassaram. Como também o apelo à polícia.
Agora, Orozimbo conta com a assistência jurídica da Associação Nacional das Vítimas de Internet (Anvint), que presta apoio a vítimas de crimes de internet.
“Queremos responsabilizar as pessoas que postaram (o meme) de forma ofensiva”, diz a advogada Iolanda Garay, presidente da Anvint.
Garay frisa que o caso envolve a exposição indevida de uma criança.
“A Constituição diz que a imagem das pessoas é inviolável. Além disso, os direitos de imagem são também alvo da proteção do Código Civil, que veda a exposição ou utilização da imagem de alguém sem permissão, caso o uso indevido atinja a sua honra.”
@evellynorozimbo Meu posicionamento sobre a foto da minha filha! #viral #fyp #trend #trendbebefeio