Colunistas
Força de vontade cansa
Achei muito interessante um trecho do livro “O jeito Harvard de ser feliz” em que o autor faz referência a “história do bolo de chocolate” que era mais ou menos assim: um menino chegou em casa na companhia dos amigos e a mãe havia preparado um delicioso bolo de chocolate, ela ofereceu para todos e o menino recusou, mencionando seu rigoroso regime de treinamento para o campeonato de squash. Então ele ficou só observando os colegas comerem. Horas mais tarde o menino foi até a geladeira para olhar o bolo que ainda parecia delicioso, fechou a porta rapidamente e foi dormir. Só que o menino não conseguia pensar em mais nada a não ser no bolo e no meio da noite, enquanto todos estavam dormindo ele foi até a cozinha, abriu a porta da geladeira e devorou tudo o que restou do bolo até sua última migalha.
Esta cena lhe é familiar?
Qualquer pessoa que já tenha tentado manter uma rigorosa dieta já passou por esse lapso de força de vontade. Nós nos negamos o prazer repetidas vezes até que de repente não aguentamos mais e as comportas se rompem. Cinco dias comendo só cenoura e alface são seguidos por um rodízio de pizza ou um banquete para cinco pessoas.
Depender da força de vontade para evitar completamente a comida é quase uma garantia de recaída, por isto as pessoas que adotam dietas radicais tem mais chances de recuperar o peso do que pessoas que comem de maneira saudável, mas sem restrições. Quanto mais tentamos “nos manter fortes”, mais inevitável é a queda – em geral direto num enorme pote de sorvete.
A questão é que, independente de se tratar de uma dieta rigorosa, de uma decisão de ano novo o motivo pela qual tantos de nós temos dificuldade de manter a mudança é que contamos com a nossa força de vontade para fazer isto. Achamos que podemos ir de zero a 80 em um instante, alterando ou destruindo hábitos profundamente arraigados só pela força de vontade.
Para o autor do livro, Shaw Achor, a razão pela qual a força de vontade é tão ineficaz em manter a mudança é que, quanto mais a usamos, mais ela se desgasta. Por este motivo é que voltamos aos nossos antigos hábitos com tanta facilidade, pois é o caminho mais fácil e mais conhecido. Esta atração invisível exercida pelo caminho da menor resistência, pelas coisas que são fáceis, práticas e habituais podem determinar mais fatores da nossa vida do que percebemos, criando uma barreira intransponível à mudança e ao crescimento positivo.
E, como somos um mero “apanhado de hábitos”, quanto mais vezes sucumbimos a esse caminho, mais difícil fica de mudar de direção. Responda com sinceridade, quantas vezes você começou algo e parou por achar difícil? Tá vendo? Certo está o autor.
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