Belo Horizonte
Familiares citam revolta com morte de instrutor de autoescola em BH
Alessandro Gomes teve a morte confirmada no domingo após ser arremessado do capô de um veículo que colidiu no carro da autoescola que ele trabalhava
Vídeo de câmera de segurança mostra momento em que o instrutor Alessandro Gomes, de 48 anos, é arrastado pelo veículo que bateu no carro de auto-escola em que ele trabalhava. Alessandro tentava impedir que o motorista fugisse sem registrar o boletim de ocorrência. pic.twitter.com/Zl7Cg1fU14
— O Tempo (@otempo) April 17, 2023
O acidente aconteceu em um ponto conhecido como rotatória do Índio, no bairro Floramar, região Norte de Belo Horizonte. Na ocasião, Alessandro e um aluno, de 19 anos, estavam no veículo da autoescola quando foram atingidos na traseira por um outro condutor. O motorista foi avisado de que a polícia militar seria acionada e tentou fugir do local. Nesse momento, Alessandro se colocou sobre o capô do carro para impedir a fuga, mas foi arremessado ao chão e bateu com a cabeça no meio-fio. Ele teve morte encefálica.
Segundo a mãe da vítima, Ângela Maria Gomes, de 66 anos, o fato do motorista ainda estar foragido tem revoltado a família. “A gente tá esperando em Deus, porque só ele pode fazer o bem pra gente. Na hora ninguém quer ser testemunha, não tem câmera, a própria polícia não chegou na hora, então é um sentimento que só quem passa por isso sabe o que é”, comenta.
A mãe relata que Alessandro trabalhava como instrutor há 16 anos e era muito querido pelos alunos. Raquel Lacerda, de 39 anos, é uma ex-aluna que, nesta segunda-feira (17), esteve na porta do Hospital Risoleta Neves para protestar contra a morte do instrutor. “Ele me tirou o medo de dirigir, era um cara calmo, sabia muito do trânsito, e tinha fila de alunos para ter aula com ele. Infelizmente ele morreu fazendo o que era certo, e deu o azar de topar com um monstro desse.
O motorista em questão está foragido desde quarta-feira. Segundo testemunhas, seria um senhor de cabelo branco. A mãe da vítima faz um apelo para que qualquer pista sobre o paradeiro dele seja levada à Polícia Civil.
“Eu peço encarecidamente que, se alguém souber algo sobre esse acidente, entre em contato com a polícia. O que aconteceu com o meu filho pode acontecer com qualquer um”, pede.
Em nota, a Polícia Civil de Minas Gerais informou que instaurou um inquérito para apurar o caso. “A investigação segue em andamento para esclarecimentos e responsabilização do envolvido”, disse. A apuração é conduzida pela Divisão Especializada de Prevenção e Investigação de Crimes de Trânsito.