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Falta espaço para dialogar, mas sobra energia para ofensas!

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Nunca estivemos tão conectados como nos tempos atuais. A tecnologia digital tem evoluído acentuadamente, a ponto de podermos estar em cada canto do planeta, virtualmente, em poucos segundos e ao clique de um botão.

Paradoxalmente, sentimo-nos separados e presos em nossas próprias bolhas e verdades compartilhadas.

Provavelmente, há muito que somos assim, e o avanço da tecnologia apenas tenha evidenciado a desconexão existente entre nós.

Providos de substancial aparato tecnológico, tornamo-nos “expert” nos mais variados temas. E assim, “democraticamente”, expressamos nosso pensar e nos “credenciamos” a sermos formadores de opinião, construtores da sociedade, uma vez que, o regramento por si só, não cria o senso de comunidade.

Ao nos vermos como conhecedores do assunto debatido, via de regra, sentimo-nos como detentores da verdade, a nossa verdade, e relutamos em aceitar o pensamento diferente.

Em se tratando de um tema por demais complexo, “o diferente,” e que alguns caracteres seriam insuficientes para bem aprofunda-lo, penso que deveríamos corroborar com valiosas reflexões, acerca do nosso modo de relacionar, e me propus então a usar esse valioso espaço para gerar uma provocação acerca do modo que enxergamos o “diferente” – aquele que não comunga das minhas idéias – me atendo apenas às questões político-partidárias.

Vivemos tempos de extrema polarização no campo político, com acentuada tendência ao acirramento dos ânimos, donde dificilmente há espaço para dialogar com o divergente e sobra energia para ofensas e culpabilizações.

Ataques de todos os lados. E quem ousa se posicionar no meio, buscar outros caminhos, apanha duplamente.

Nacionalmente, nos dividimos entre lulistas e bolsonaristas – embora substancial parcela do eleitorado não demonstre afeição por um e outro – que ferrenhamente defendem seus “prediletos” sem ao menos se darem ao trabalho de uma análise superficial de suas ações; e quaisquer questionamentos, sobre a atuação de ambos, é respondida com veemência.

Na pandemia, que assola o planeta, a passionalidade torna-se latente, nas redes sociais, com publicações extremamente tendenciosas.

Cá pelas bandas dessa terra calçadista, caminhamos nas últimas três décadas, divididos entre “andorinhas e bodoques”, Joel e Paulo, pouco importando a assertividade na gestão, o que prevalecia era a paixão; ao que parece, a partir de então, teremos o mesmo enredo, porém com personagens diferentes, Fábio e Euzébio.

Será possível transcendermos essa polarização; haverão instantes de diálogo e convívio com o diferente, sem maiores dissabores ou dissidências; o quão devemos caminhar pra obtermos esse intento?

Ainda que tenhamos um inestimável ferramenta capaz de nos propiciar conhecimento e interação, nossas relações desarmônicas são a tônica de uma sociedade ainda em busca de assertividade; que nossa empatia e humildade possam suplantar a arrogância e o egoísmo que por vezes nos caracterizam.

Abençoada semana, Graça e Paz

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