Exportações de Minas Gerais para a China estão em alta

País asiático respondeu por 40% dos embarques de produtos mineiros entre janeiro e novembro do ano passado

Entre janeiro e novembro de 2023, as exportações de Minas Gerais para a China totalizaram US$ 14,4 bilhões. No mesmo período, as vendas das empresas mineiras para o exterior chegaram a US$ 36,2 bilhões, ou seja, 40% do total exportado pelo Estado foi destinado ao gigante asiático, com destaque para as commodities minério de ferro, soja e carne bovina. Os dados constam na plataforma Comex Stat, do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic).

Conforme os números da plataforma, até o 11º mês de 2023, os mineiros embarcaram, em volume, 162,9 milhões de toneladas de produtos para outros países. A representatividade da China, principal parceiro comercial do Estado, foi ainda maior neste caso, pois os chineses receberam 69% de todo o montante exportado, o que significa 113,9 milhões de toneladas.

Quando se faz uma comparação das exportações de Minas Gerais para a China nos 11 meses de 2023 com o mesmo intervalo do exercício anterior, observa-se um crescimento de 6% em valores e 8% em quantidade. Na época, os embarques de produtos fabricados ou extraídos em terras mineiras ao país asiático somavam US$ 13,5 bilhões e 105,2 milhões de toneladas.

De modo distinto as exportações, as importações mineiras oriundas da China diminuíram

Diferentemente dos embarques, as importações mineiras da China caíram no acumulado até o 11º mês de 2023. Em valores, as vendas dos chineses ao Estado somaram US$ 3,7 bilhões, queda de 22% frente a igual intervalo de 2022 (US$ 4,7 bilhões). Já em volume, foram comprados 1,3 milhão de toneladas, recuo de 29%, na mesma base de comparação (1,8 milhão de toneladas). Com informações de Diário do Comércio.

O país asiático, porém, segue como o principal mercado para as compras de Minas Gerais. De janeiro a novembro de 2023, todas as importações do Estado atingiram US$ 14,3 bilhões e 11,3 milhões de toneladas. Logo, o valor importado da China, US$ 3,7 bilhões, e a quantidade de produtos, 1,3 milhão de toneladas, correspondem a 25,9% e 11,6%, respectivamente. O item mais comprado foram as células fotovoltaicas (US$ 610,3 milhões e 149,8 milhões de toneladas).

Relação bilateral entre Minas Gerais e China poderia ser ainda maior

Com as exportações em alta, mas as importações em baixa, a corrente comercial entre mineiros e chineses chegou a US$ 18,1 bilhões até novembro de 2023, um recuo de 1% frente ao mesmo período de 2022 (US$ 18,3 bilhões). O saldo da balança comercial para o Estado foi de US$ 10,6 bilhões, uma queda de 9% em relação ao de igual intervalo no ano passado (US$ 11,7 bilhões).

Assim sendo, embora a relação bilateral de Minas Gerais com a China esteja consolidada há décadas, o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China (CCIBC), Charles Tang, avalia que o comércio entre o Estado e os chineses poderia ser maior. Para isso, o governo deveria estar ainda mais ativo na aproximação com as empresas do país, aproveitando oportunidades.

“Minas Gerais é um estado muito próspero, mas conseguiria ser muito mais próspero se prestasse um pouco mais de atenção na tentativa de atrair investimento chinês”, ressaltou. Conforme o executivo, o Estado tem possibilidades de trazer aportes dos mais variados, como de indústrias de alta tecnologia, geradoras de energia a partir de resíduos e companhias do setor de infraestrutura.

Segundo Tang, ele mantém conversas, por exemplo, com municípios mineiros que gostariam de contar com a parceria dos chineses para a construção de um trem elevado ou de um Bus Rapid Transit (BRT), sistema de transporte público com alta capacidade de realizar um serviço rápido e eficiente. O dirigente diz que ainda não conseguiu, mas deseja se reunir com o governador Romeu Zema (Novo) para propor um roadshow na China para o fomento de novos negócios.

Vale recordar que, em novembro, Zema realizou uma viagem internacional com a intenção de atrair aportes para Minas Gerais. A missão oficial, que passou pela China e também pelo Japão, resultou mais de 2 mil novas vagas de emprego e R$ 1 bilhão em investimentos. Na avaliação de Tang, a iniciativa foi um bom começo para o estreitamento da relação mineira e chinesa.