Economia

Exportações de calçados aumentaram 36,8% em 2021

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Em recuperação, especialmente a partir do segundo semestre do ano passado, as exportações de calçados registraram o embarque de 123,6 milhões de pares, que geraram US$ 900,3 milhões em 2021. Os resultados são superiores tanto em volume (+32%) quanto em valores (+36,8%) em relação a 2020. Em relação a 2019, os dados são 7,4% inferiores em divisas e 7,3% superiores em volume embarcado. Segregando apenas o mês de dezembro, foram embarcados 12,88 milhões de pares, que geraram US$ 94,64 milhões, incrementos de 38,8% em volume e de 58,8% em receita na relação com o mesmo mês de 2020. Os resultados também são superiores aos registrados em dezembro de 2019, 24,5% em volume e 17,2% em receita. Os dados foram elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados).

O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, destaca que os índices apontam para a consolidação da recuperação dos calçadistas brasileiros no mercado internacional. “Neste ano, as exportações foram as principais responsáveis pela recuperação da atividade”, avalia, ressaltando que o câmbio e o aumento dos embarques para os Estados Unidos tiveram papel fundamental no crescimento dos embarques. Segundo ele, a recuperação deve seguir ao longo de 2022. “No ano, devemos crescer mais 5% sobre a base de 2021”, projeta.

Destinos
Em 2021, o principal destino do calçado brasileiro no exterior foi os Estados Unidos. No ano, os norte-americanos importaram 15 milhões de pares por US$ 228,57 milhões, altas de 62,7% em volume e de 66% em divisas em relação a 2020.

O segundo destino internacional do calçado brasileiro no ano foi a Argentina. Para lá, foram embarcados 13,4 milhões de pares, que geraram US$ 115,2 milhões, incrementos tanto em volume (+73%) quanto em receita (+58,7%) em relação a 2020.

O terceiro destino no exterior foi a França, para onde foram embarcados 7,27 milhões de pares por US$ 60,2 milhões, crescimentos de 3% e de 1,7%, respectivamente, ante 2020.

Estados
No ano passado, o principal exportador brasileiro foi o Rio Grande do Sul. Respondendo por 45% do valor gerado com embarques de calçados, as fábricas gaúchas exportaram 32,75 milhões de pares, que geraram US$ 403,8 milhões, incrementos de 48,7% em volume e de 38% em receita na relação com 2020.

O segundo maior exportador de calçados de 2021 foi o Ceará. No ano, partiram das fábricas cearenses 38,17 milhões de pares, que geraram US$ 210 milhões, altas de 15,8% em volume e de 25,7% em receita em relação a 2020.

São Paulo apareceu na terceira colocação entre os exportadores de calçados de 2021. No ano, as fábricas paulistas exportaram 8,3 milhões de pares por US$ 94,6 milhões, incrementos de 31% em volume e de 41,7% em receita na relação com o ano anterior.

Com crescimento mais tímido, a Paraíba foi o quarto exportador de calçados de 2021. No ano, partiram das fábricas paraibanas 22,74 milhões de pares, que geraram US$ 57,7 milhões, incrementos de 22% e 9,8%, respectivamente, ante 2020.

Importações com tendência de alta

Assim como as exportações, as importações de calçados encerraram o ano em alta. Em dezembro, o Brasil importou 2,3 milhões de pares, pelos quais foram pagos US$ 20 milhões. As altas são de 55,3% em volume e de 5,4% em divisas na relação com dezembro de 2020. No acumulado dos 12 meses, as importações somaram 22,7 milhões de pares e US$ 287 milhões, incremento de 7,5% em volume e queda de 4,3% em divisas na relação com 2021.

As principais origens dos calçados importados seguem sendo os países asiáticos, com destaque para a China, que apesar de não ser a principal origem – fica atrás de Vietnã e Indonésia – foi o país que registrou maior aumento de embarques de calçados para o Brasil ao longo de 2021. Somente em dezembro, foram importados 1,53 milhão de pares das fábricas chinesas, 294% mais do que no mesmo mês de 2020. No acumulado dos 12 meses, as importações chinesas somaram 9,8 milhões de pares e US$ 36,67 milhões, altas de 58,4% e 3%, respectivamente, ante 2020. “Em dezembro, os calçados chineses entraram no Brasil a um preço médio US$ 3, um claro indício de dumping – quando os preços para exportações são diferentes dos praticados no mercado interno, uma prática considerada desleal pela Organização Mundial do Comércio (OMC)”, comenta Ferreira, acrescentando que existe um processo para a renovação da sobretaxa antidumping contra o calçado chinês em análise na Câmara de Comércio Exterior.

A principal origem das importações de calçados em 2021 foi o Vietnã. No ano, foram importados de lá 7,74 milhões de pares por US$ 149,5 milhões, quedas de 20,7% em volume e de 13,5% em receita na relação com 2020. A segunda origem do ano foi a Indonésia, de onde partiram em direção do Brasil 2,46 milhões de pares por US$ 47 milhões, quedas de 14,8% e de 0,7%, respectivamente, ante os números de 2020.

Em partes – cabedais, saltos, solas, palmilhas etc -, as importações somaram US$ 24 milhões, 25% mais do que em 2020. As principais origens foram Paraguai, China e Vietnã.

Confira as tabelas

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