Câmara Municipal de Nova Serrana
Euzebio é denunciado por pedir R$ 30 mil de cada suplente para manter vereadores afastados
Se referindo ao Prefeito Euzebio Lago advogado de Juliano dispara:
“…o denunciante não põe a mão nas verdinhas, ele pede as verdinhas… isso demonstra que o processo de cassação do meu cliente nada mais é que um conluio de um grupo criminoso”
Em oitiva realizada na câmara municipal de Nova Serrana, referente ao processo de cassação do vereador Juliano da Boa Vista, o prefeito de Nova Serrana, Euzebio Lago e o diretor da Câmara Municipal Eneas Fernandes foram acusados pela defesa do vereador, pelo crime de corrupção ativa.
A acusação foi feita após em oitivas, uma das testemunhas ter dito que o prefeito e o diretor do legislativo que em 2019, ocupava o cargo de secretário de governo, se reuniram com os vereadores suplentes, pedindo a quantia de R$ 30 mil para cada um dos suplentes para que os interesses deles fossem garantidos e os afastados não retornassem a seus cargos.
Entenda o caso
Foi realizado na tarde desta quarta-feira, dia 10 de junho, as oitivas relacionadas ao processo de cassação do vereador Juliano do Boa Vista. Na oportunidade várias testemunhas arroladas pela defesa, se fizeram presentes na Câmara de Nova Serrana e responderam às perguntas feitas pela comissão processante e pelo advogado de defesa de Juliano, Dr. Bernardo Ferraz.
Entre as testemunhas o advogado de defesa interpelou o senhor Remirto José Pedro, vereador suplente da Câmara de Nova Serrana, que diretamente substituiu Juliano da Boa Vista no legislativo.
Logo no início dos fatos a defesa deixou claro que as falas do vereador sendo o suplente direto de Juliano da Boa Vista, seus depoimentos não poderiam ser interpretados no sentido de defender o edil afastado.
Seguindo em suas perguntas, foi questionado ao vereador Remirto José, se ele havia participado de alguma reunião para ser tratado sobre cassação dos edis. Prontamente o vereador afirmou que não.
Em seguida após ser questionado se ele havia participado de algum encontro no ano passado, com um advogado e o chefe do executivo, o vereador afirmou que “eles arrumaram um advogado de Belo Horizonte, para nos defender”.
Questionado sobre os valores e referente a que os suplentes necessitavam ser defendidos, Remirto apontou que “foi pedido R$ 30 mil de cada… o que apresentou para nós foi para que cada um desse esse dinheiro para que assumisse o processo e defendesse o interesse dos suplentes”. Disse Remirto.
Ao ser questionado sobre quem teria levado o advogado, Remirto apontou que na reunião estava presente o então secretário de governo e atualmente diretor da Câmara de Nova Serrana, senhor Enéas Fernandes e posteriormente, ao final do encontro, o prefeito Euzebio Lago se fez presente.
Quanto ao interesse dos vereadores suplentes no procedimento, foi claramente colocado por Remirto que “o interesse do suplente não é vago, só continuo vereador se eles forem afastados”, contudo o edil suplente salientou: “eu fiquei até o final, mas pedi que eles tirassem meu nome da lista, eu seria vereador, mas se tivesse que pagar R$ 30 mil estaria fora, se eles tivesse cometido o erro a justiça iria tirá-los, se eles não estivessem errados eles voltariam para seus cargos”.
Confira o áudio EXCLUSIVO DO JORNAL O POPULAR, referente a oitiva do vereador Remirto José no processo de cassação de Juliano do Boa Vista:
Defesa de Juliano se manifesta
Após as colocações, a defesa do Vereador Juliano se manifestou na reunião, expondo que usava de sua imunidade, acusou o prefeito de corrupção ativa, diante dos fatos expostos na oitiva.
“Os fatos demonstram que realmente o denunciante (Euzebio Lago) não põe a mão nas verdinhas, ele pede as verdinhas dos outros. É imprescindível que essa casa se posicione imediatamente. Essa defesa pede que seja incluso todos os vereadores suplentes, isso demonstra que o processo de cassação do meu cliente nada mais é que um conluio de um grupo criminoso”.
Seguindo o advogado de Juliano solicitou que a presidência realize “o arrolamento de todos os vereadores suplentes, e nesse rol se inclua a vereadora Terezinha do Salão, para elucidar a questão referente a essa reunião ocorrida na presidência desta casa, onde se testemunha denúncia gravíssima onde o ex-chefe de governo a pedido do prefeito, que conforme a testemunha chegou posteriormente à reunião e pediu R$ 30 mil para cada vereador suplente, no intuito de dificultar o retorno dos vereadores afastados e contribuir para a cassação”. Disse Dr. Bernardo.
Dr. Bernardo também considerou durante as oitivas que na reunião secreta foi solicitado os R$ 30 mil, e ainda colocou em dúvida a migração de vereadores para o partido do prefeito, o MDB. “Quero que conste em ata que o prefeito fez uma reunião secreta e pediu R$ 30 mil para cada um dos vereadores… A situação muito perigosa porquê de lá pra cá mais do que dobrou o número dos vereadores no MDB”.
Ainda nas ponderações do advogado de defesa, “o denunciante (Euzebio Lago) é um covarde, uma pessoa sem escrúpulos, que tentou criar toda uma celeuma para ridicularizar todos aqueles que não se curvaram diante de sua envergadura, e posso falar isso de experiência própria. As falas do vereador Remirto no sentido de dizer que os vereadores foram chamados para uma reunião onde foram requeridos R$ 30 mil de cada um dos vereadores, mesmo que possam dizer que não foi ele que pediu, mas foi ele que organizou, chamou a reunião e mandou o seu capacho para conduzir. Esse processo surgiu da necessidade de uma pessoa prejudicar uma pessoa honesta nesta casa, que agora tem sido ridicularizado em toda a cidade”.
Por fim foi pontuado por Dr. Bernardo que “nós entendemos que enquanto esses fatos não forem elucidados não podemos prosseguir com as oitivas de outras testemunhas, pois o fato é prejudicial ao processo”.
Executivo se posiciona
Diante dos fatos expostos nossa reportagem entrou em contato com o setor de comunicação do executivo municipal, solicitando por parte do prefeito um posicionamento referente aos fatos colocados no legislativo durante as oitivas.
O executivo por sua vez se posicionou com uma nota oficial apontando que foram os vereadores, entre eles, Remirto José, que procuraram o prefeito no intuito de que fosse indicado um advogado para orientar os vereadores suplentes.
Nota oficial do Executivo Municipal
No segundo semestre de 2019, após o afastamento de seis vereadores da Câmara Municipal de Nova Serrana, por ordem judicial, o prefeito Euzebio Lago e o então secretário de Governo Eneas Fernandes, foram procurados por vereadores suplentes, entre eles o vereador Remirto da Floricultura, para indicar um advogado que pudesse orientar quanto à situação jurídica e eventual processo de cassação dos vereadores afastados.
Um advogado especialista foi indicado aos vereadores suplentes e uma reunião aconteceu em Nova Serrana. O profissional apresentou uma proposta aos vereadores suplentes para orientação e acompanhamento de um eventual processo de cassação dos vereadores afastados.
O prefeito Euzebio Lago e o secretário de Governo, Eneas Fernandes, embora estivessem presentes na reunião, não participaram das tratativas entre o advogado e os suplentes, tampouco participou de acordo sobre valores de honorários advocatícios.
Cinco vereadores suplentes
Após a divulgação dos fatos nossa reportagem foi procurada pelo vereador suplente Zé Alberto, que nos informou que não esteve presente na referida reunião. Segundo apontou o edil, ele não foi convidado para participar do encontro e não estava presente na reunião exposta por Remirto José, durante as oitivas do processo de cassação.
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