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Minas

‘Estamos chocados’, diz diretor sobre morte de motorista de clínica esfaqueado por usuário de drogas

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“Estamos chocados. Eu nunca vi isso de uma pessoa pedir a internação e fazer isso”, afirma.

Câmara foi esfaqueado pelo rapaz enquanto seguia em um carro de Uberlândia (MG) para Ribeirão Preto (SP). O suspeito fugiu e ainda não foi localizado.

O corpo de Igor, de 28 anos, será velado em Ribeirão Preto. Ele era casado e pai de três filhos.

Crime

Penteado e a mulher foram avisados do crime por Juliano Roberto, funcionário da clínica que acompanhava Igor na remoção. Os dois haviam saído de Ribeirão Preto para buscar o jovem que estava em um hotel em Uberlândia. Segundo Penteado, o rapaz havia ligado para pedir que fossem buscá-lo porque ele queria ser internado voluntariamente.

“Foram até o hotel onde ele estava, ele colocou as malas no carro, entrou e veio. Chegou numa parte do caminho, eles pararam para fazer uma ligação. O Igor encostou no banco do carro e ele deu uma punhalada nele. Matou o menino.”

De acordo com a ocorrência, o suspeito desceu do carro e fugiu para um matagal com a faca. Juliano assumiu a direção e saiu à procura de uma unidade médica. No caminho, ele abordou uma ambulância que levou a vítima até a Unidade de Atendimento Integrado (UAI) do bairro Pampulha.

Igor foi socorrido ainda com sinais vitais, mas em estado grave. Em seguida, sofreu uma parada cardiorrespiratória e não resistiu. O corpo foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) para passar pela autópsia.

Internação voluntária

O diretor da clínica afirma que o pai do suspeito já havia tentado interná-lo outras vezes. Em uma delas, os dois chegaram a ir até à porta da clínica, no bairro Lagoinha, mas o rapaz começou a usar crack e os dois desistiram.

Penteado suspeita que o rapaz estava sob o efeito de crack quando entrou no carro para ser transportado até Ribeirão Preto.

“Ele estava usando crack há cinco dias. Essas pessoas que ficam muito tempo começam a ter crise de percepção, começam a ter psicose. O que pode ter acontecido é que ele achou que iam levar ele involuntariamente. Ele pode ter entrado na paranoia da droga e perdeu o juízo crítico.”

Segundo o diretor, nos casos de internação involuntária, os funcionários precisam seguir um protocolo, que inclui uma revista ao paciente para certificar de que ele não está portando drogas ou objetos perfurantes. Como a internação do paciente era voluntária, não houve nenhuma checagem.

‘Estava em paz’

Igor trabalhava há quatro meses como motorista e se ofereceu para fazer a viagem na noite de quinta-feira (19). Penteado afirma que a vítima era ex-usuária de drogas e que, há dois dias, havia celebrado o fato de estar sóbrio.

“Ele estava em paz, fazendo dois trabalhos para cuidar dos filhos. Ele não iria nessa remoção. Iria outra pessoa, mas ele falou: ‘deixa eu ir porque eu preciso ganhar esse dinheiro para cuidar dos meus filhos’.”

Um inquérito foi instaurado em Uberlândia para apurar as circunstâncias do crime. O suspeito não foi localizado.

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