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Esquema de apostas: Vitor Mendes, do Atlético e cedido ao Fluminense, é citado pelo MP

Zagueiro teria recebido uma quantia financeira para levar um cartão amarelo em Juventude x Fortaleza, em setembro de 2022
O zagueiro Vitor Mendes, que pertence ao Atlético e está emprestado ao Fluminense, foi citado pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) na Operação Penalidade Máxima II. O defensor de 24 anos não foi denunciado até aqui. Com informações de Itatiaia.
Prints apontam que o jogador teria recebido uma quantia financeira para levar um cartão amarelo no jogo entre Juventude e Fortaleza, pela 27ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2022 – ele defendia a equipe gaúcha, também cedido pelo Alvinegro.
Vitor Mendes de fato recebeu cartão amarelo no duelo realizado em 18 de setembro do ano passado. As provas apontam que o zagueiro embolsou R$ 35 mil para cumprir o acordo.
Nos anexos da denúncia, há um comprovante de que o jogador recebeu um outro PIX de R$ 5 mil em 21 de outubro de 2022 da BC Sports Management. A empresa tem como sócio Bruno Lopez, preso preventivamente, apontado como um dos chefes da quadrilha de manipulação de resultados.
Outro documento anexado na denúncia é um print de conversa no WhatsApp em que o zagueiro cobrou o pagamento da quantia acertada com os apostadores. Veja abaixo.

Imagem: MP-GO
Vitor Mendes foi comprado pelo Atlético para as categorias de base ao Santos, em 2018. Dois anos depois, o Galo emprestou o jogador para Boa Esporte e Figueirense. No ano seguinte, ele foi cedido ao Juventude.
Após bom desempenho, ele voltou ao Galo e chegou a ser utilizado em três partidas na temporada 2022 – todas pelo Campeonato Mineiro. Sem espaço na sequência do ano, o jogador retornou ao Juventude. Já neste ano, foi cedido por empréstimo ao Fluminense.
Vitor Mendes está em Belo Horizonte com a delegação do Tricolor para o jogo contra o Cruzeiro, pela 5ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro. A partida está marcada para as 21h30 desta quarta (10), no Mineirão.
Movimento suspeito?
Na véspera do jogo entre Juventude e Fortaleza em 2022, apostadores apontaram nas redes sociais um movimento suspeito na cotação para Vitor Mendes receber um cartão amarelo no confronto.
A odd para o jogador ser advertido abriu em 2.40. Mas, com a grande quantia investida nesse mercado, a odd fechou em 1.53.
A movimentação também aconteceu na cotação de cartão amarelo para Paulo Miranda, então zagueiro do Juventude. O defensor virou réu nesta terça-feira.
Os dois jogadores receberam cartão amarelo na partida.
Outro lado
Procurado, o Fluminense optou por não se manifestar neste momento. O Atlético, que detém os direitos econômicos de Vitor Mendes, não retornou aos contatos da reportagem até a publicação desta reportagem. O texto será atualizado caso os clubes se manifestem.
Por meio de nota, o Juventude disse que “reitera o seu compromisso ético e a sua absoluta intransigência em relação a qualquer comportamento que fira a lisura e a transparência que devem nortear a prática e as competições esportivas em todos os níveis”.
Operação Penalidade Máxima II
A Justiça de Goiás acatou nova denúncia oferecida pelo Ministério Público do estado (MP-GO) no âmbito da Operação Penalidade Máxima II, que investiga a manipulação de resultados no futebol com o envolvimento de jogadores e intermediários. Agora, os 17 citados são réus e têm um prazo de dez dias para responder as acusações. Desses, cinco são atletas profissionais. A decisão é da 2ª Vara Estadual de Repressão ao Crime Organizado e à Lavagem de Capitais do Estado de Goiás.
- Eduardo Bauermann (Santos)
- Victor Ramos (à época na Portuguesa)
- Igor Carius (à época no Cuiabá)
- Paulo Miranda (à época no Juventude)
- Fernando Neto (à época no Operário-PR)
Outros quatro jogadores colaboraram com as investigações e não foram denunciados pelo MP-GO. Onitlasi Moraes Rodrigues Júnior (à época no Juventude), Kevin Lomónaco (Bragantino), Nikolas Santos de Farias (Novo Hamburgo) e Emilton Pedroso Domingues (Inter de Santa Maria) receberam valores e concordaram com a manipulação, mas auxiliaram o órgão público nas investigações.
Em 16 de março, a Justiça do estado de Goiás já havia aceitado a denúncia da primeira fase da mesma operação. Além de acatar a denúncia nesta terça-feira (9), a Justiça manteve a prisão preventiva dos seguintes denunciados: Bruno Lopez de Moura (apontado como chefe do esquema), Thiago Chambó Andrade (aliciador/intermediário) e Romário Hugo dos Santos (ex-jogador e também aliciador).