Esportes
Esquema de apostas pode paralisar o Brasileirão? CBF responde
Responsável pela organização do Campeonato Brasileiro, CBF se posiciona à Itatiaia sobre a operação Penalidade Máxima II
A deflagração da segunda fase da operação Penalidade Máxima colocou o futebol brasileiro sob a mira da Justiça por um esquema de manipulação de resultados para favorecer apostadores. Com o aumento do número de denúncias nos últimos dias, começa a surgir o questionamento sobre uma possível paralisação das Séries A e B do Campeonato Brasileiro. Com informações de Itatiaia.
Organizadora da competição, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) disse à Itatiaia que está em contato com o Ministério Público e a Polícia para analisar os desdobramentos do esquema e que, por enquanto, a Série A e a Série B do Brasileirão continuam normalmente.
Além disso, a Itatiaia apurou que nos bastidores da CBF existe uma preocupação crescente com uma judicialização do Brasileirão daqui para frente, com torcedores procurando a Justiça comum para contestar resultados de partidas.
Há base jurídica para a paralisação do Brasileiro?
Segundo o advogado Gustavo Lopes, especialista em direito desportivo, não há, no momento, uma base legal para que o Brasileirão seja interrompido devido ao escândalo de apostas.
“Não vejo base jurícida para paralisar o Campeonato Brasileiro, a não ser que seja uma vontade dos clubes e da CBF. O que há base jurídica hoje é para se anular esses jogos em que há comprovação de manipulação de resultados”, afirmou à Itatiaia.
O advogado disse ainda que o tema é muito controverso, pois é preciso definir se a atuação dos jogadores até o momento configuram mesmo uma manipulação de resultados.
“Essa é uma questão controversa, porque é preciso estabelecer se forçar um cartão amarelo ou um escanteio configura manipulação de resultados. É diferente de marcar um gol contra, que define mesmo o resultado de um jogo”, explicou.
Intervenção da Fifa
Segundo Gustavo Lopes, se não for por vontade da CBF e dos clubes, a única maneira de parar o Brasileirão seria uma intervenção da Fifa.
“Pensando numa situação mais drástica, o pior que pode acontecer do ponto de vista normativo é a Fifa entender que este escândalo não está sendo formalmente investigado, fazer uma intervenção na CBF, afastar a diretoria e, como nova organizadora do campeonato, suspender a competição até apurar os fatos”, concluiu.