Educação
Escolas em Brasília suspendem aulas presenciais devido a aumento dos casos de covid-19
Casos crescentes de covid-19 em escolas públicas e particulares do Distrito Federal geram preocupações aos sindicatos responsáveis pelo setor educacional. Até a semana passada, a Vigilância Sanitária registrou a alta de 18 casos positivos em professores da rede pública durante o mês de maio. Nas escolas particulares, o aumento chega a 56 casos de professores infectados. Algumas escolas foram fechadas ou tiveram aulas suspensas. As informações são do Correio Brasiliense.
Pelo menos três escolas particulares, Leonardo da Vinci na unidade do Plano Piloto, Escola das Nações no Gama e a Rede de Ensino Certo de Taguatinga Sul tiveram aulas presenciais suspensas devido ao novo aumento de casos de covid-19 em professores e estudantes. O presidente do Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares de Ensino do DF (Sinproep), Trajano Jardim, diz que o sindicato é “pressionado por donos de escolas e professores para afrouxar as medidas de segurança em escolas da rede privada”, justifica.
De acordo com dados repassados pela Vigilância Sanitária, 518 estudantes das escolas particulares foram diagnosticados com os sintomas da covid-19. Trajano Jardim afirma que o sindicato “não tem conhecimento sobre esses dados e que nenhuma informação foi repassada”, esclarece.
A assessoria do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do DF também informou que as instituições “não são obrigadas a repassar esse tipo de informações”. No entanto, em nota técnica divulgada pela presidente do sindicato, Ana Elisa Dumont, o órgão frisa os protocolos de saúde estabelecidos pela Vigilância Sanitária e a importância de atualizá-los.
Na rede pública, foram registrados, no período de 30 dias, 109 professores infectados com o coronavírus e 64 estudantes com sintomas. Os Centros de Ensino Fundamental 3 do Gama e 214 de Santa Maria e Escola Classe 10 de Taguatinga tiveram aulas presenciais suspensas por tempo indeterminado. Segundo a diretora do Sinpro-DF, Letícia Montandon, as salas superlotadas são um problema grave nas escolas públicas e esse assunto precisa entrar em pauta nas medidas de proteção contra a covid-19. “Tivemos uma reunião na Secretaria da Educação para cobrar medidas de segurança e pedindo a suspensão das aulas nas turmas onde esses professores entraram. Mas as salas cheias são um grave problema porque não tem como fazer distanciamento”, explica Letícia. Ainda segundo a porta-voz, a desobrigação do uso de máscaras também é um fator agravante.
Em nota, a Coordenação Regional de Taguatinga confirmou quatro casos de professores com a doença e que foram notificados no Monitora DF. Além deles, outros três profissionais estão em investigação e realizando exames. A escola também realizou no fim da tarde de terça-feira (31) a desinfecção em todo o ambiente escolar. De acordo com a Secretaria de Educação, nenhuma escola pública foi fechada devido aos casos de covid-19 e que as sete turmas afetadas seguem com aulas presenciais suspensas.
Ao todo, o DF registrou um salto de 524 casos para 2.604 entre os dias 25 e 31 de maio, respectivamente. Com aumento de 54% nos casos da doença, em relação ao mês de abril, e risco de nova onda, o Sindicato dos Professores do DF e Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares de Ensino do DF reivindicam a outros órgãos a reformulação de documento com novas normas contra a covid-19.
A assessoria de imprensa da Vigilância Sanitária define o aumento como “leve” e que a Secretaria da Saúde, em conjunto com a Secretaria de Educação e representantes do governo distrital, segue “monitorando a situação epidemiológica do coronavírus” em todo o Distrito Federal.
Em São Paulo, profissionais da educação e alunos também enfrentam uma nova onda. Segundo o portal Brasil de Fato, um levantamento feito pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) registrou 362 casos de covid-19 em pelo menos 55 escolas entre os dias 11 e 30 de maio.
O levantamento é feito com base em informações disponibilizadas por representantes das próprias escolas por meio de um formulário no site do sindicato. Porém, nem todas as instituições com casos confirmados fazem o registro.
Foto: imagem ilustrativa