Câmara Municipal de Nova Serrana

Entrevista Exclusiva com a presidente – “A população pode esperar por um Legislativo coerente, atuante e participativo”

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Nova Serrana vive um momento de instabilidade política; conflitos entre legislativo e executivo vem se arrastando desde o ano de 2017 tornando o cenário político cada vez mais tenso e imprevisível, e após uma investigação movida pelo Ministério Público (MP) culminando no afastamento de seis vereadores, entre eles o presidente da Câmara de Nova Serrana o desenvolvimento político municipal ficou ainda mais comprometido.

Contudo após serem afastados os seis vereadores a presidência da casa foi repassada para a vereadora Terezinha Célia do Carmo – Terezinha do Salão das Noivas (PTB), que assumiu o cargo em meio a uma tempestade que vem desde então promovendo não somente o choque de gestão, mas mantendo a ordem e o desenvolvimento dos serviços prestados pela casa do Legislativo.

Desde que assumiu a presidência da Casa a vereadora vem mantendo a pulso firme as rédeas do legislativo e para esse Popular, Terezinha falou de forma exclusiva em uma entrevista onde foram apontadas e consideradas tanto as dificuldades ao gerir uma casa em plena crise moral e política, quanto os novos episódios e passos a serem dados a frente da casa.

Confira a primeira entrevista exclusiva da presidente sobre o andamento do legislativo municipal e seu desafio de assumir a casa em meio à tempestade política pela qual Nova Serrana vivencia.

Jornal O Popular (OP) – Após assumir a presidência, as despesas da Câmara aumentaram devido ao número de vereadores? Quais medidas foram tomadas?

Terezinha do Salão (TS): Sim. A Câmara Municipal passou a adotar medidas de maior controle sobre os gastos de tudo o que é consumido dentro da instituição, principalmente combustível, por exemplo: em relação ao mês de fevereiro houve uma redução média de 33% no mês maio e de 52% no mês de junho. A Câmara também tem economizado com a não contratação de alguns cargos como: auxiliar parlamentar, chefe de gabinete, assessor do gabinete da presidência, diretor geral e assessor da Escola do Legislativo, o que corresponde a uma economia até dezembro, no valor de R$ 237.361,73.

OP – As finanças do Legislativo estão em risco?

(TS) – As finanças do Legislativo não estão em risco. É importante destacar que a situação está dentro do controle e que as medidas adotadas para gerar economia estão produzindo resultados efetivos.

OP – Como tem sido o desafio de administrar a Casa em meio a essa crise política?

(TS) – O desafio é muito grande, mas Deus é maior. Tenho enfrentado com muita fé todas as situações que ocorreram desde que assumi interinamente a presidência da Câmara Municipal. De fato, a presidência não foi algo que busquei, mas em momento algum cogitei não aceitar a minha incumbência, pois, fui eleita como vereadora para cumprir com todas as minhas responsabilidades. Não é fácil encarar algumas questões que se apresentam, mas tenho baseado todas as minhas ações na transparência e no diálogo. Primeiro busquei me inteirar de todos os pormenores administrativos e organizar, dentro do possível. Já quanto ao processo legislativo, não foi diferente. Busquei compartilhar com todos os meus pares tudo o que estava tramitando e sendo discutido para que os trabalhos pudessem fluir no tempo certo e com a máxima lisura que se espera do Legislativo. E ressalto que, as crises existem, mas com união e trabalho sério, tudo pode ser superado. Sinto-me preparada para superar todos os obstáculos.

OP – Você é uma ativista de causas humanitárias e a Câmara autorizou o repasse de recursos para a construção do anexo da delegacia, o que ainda não aconteceu. A Câmara já tomou alguma providência quanto a isso?

(TS) – A Delegacia de Polícia Civil em Nova Serrana merece melhorias, mas essa é uma questão que deve ser respondida pelo Executivo Municipal.

OP – Para você qual o sentimento de ser a primeira mulher presidente da Câmara de Nova Serrana?

(TS) – Ser a primeira mulher a assumir a presidência é um privilégio, mas não pelo cargo, e sim pela oportunidade de concretizar a representatividade feminina em um espaço decisório tão significativo. O sentimento que tenho é de humildade e gratidão. Humildade para entender que o Poder Legislativo é composto por um corpo de profissionais técnicos e agentes políticos, e que, todos têm papel fundamental nessa engrenagem. Gratidão eu tenho pela oportunidade de aprender a cada dia mais e, além disso, Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos.

OP – Agora falando um pouco do futuro do legislativo, já existe alguma previsão de uma nova eleição da Mesa Diretora?

(TS) – De acordo com o Regimento Interno da Câmara Municipal, em seu art.173, ocorrerá a vaga em virtude de morte, renúncia ou perda do mandato. Como a atual situação da Câmara no momento, não se enquadra em nenhum caso citado, não há cargos disponíveis na Mesa. A previsão é seguir o procedimento regimental que determina em seu art. 8º: “Na última reunião ordinária do mês de dezembro de cada uma das três últimas sessões legislativas de cada legislatura realizar-se-á a eleição da Mesa para a próxima sessão legislativa”.

De forma semelhante a Lei Orgânica em seu Art. 59, § 3º diz que “No decorrer do mandato dos membros da Mesa, proceder-se-á a eleição dessa para o ano subsequente, obrigatoriamente, na última reunião ordinária do mês de dezembro de cada sessão legislativa”.

OP – Se tratando de eleição para a Mesa, quem pode ser candidato?

(TS) – Podem ser candidatos os vereadores titulares que ainda não exerceram as funções nessa legislatura. O Regimento Interno da Casa diz que aos suplentes não é permitido pleitear vagas na Mesa Diretora.

Art. 181, Parágrafo único – O suplente de vereador, quando convocado em caráter de substituição, não poderá ser eleito para os cargos da Mesa”.

OP – Você é uma candidata? Pretende montar uma chapa?

(TS) – Sou a primeira mulher eleita para o cargo de vereadora no município de Nova Serrana e também a primeira mulher a assumir, mesmo que interinamente a presidência da Câmara Municipal. Como eu disse anteriormente, a presidência não foi algo que escolhi nesse momento. Mas, tenho muita garra e determinação para trabalhar ainda mais por esta Casa, portanto, se for da vontade de Deus e da vontade dos meus nobres colegas, estarei pronta para mais esta missão.

OP – Após todo esse turbilhão de fatos, afastamento e polêmicas com o executivo, o que a população pode esperar do Legislativo?

(TS) – A população pode esperar por um Legislativo coerente, atuante e participativo. Essa é uma Casa aberta a todos e onde as forças se somam para o desenvolvimento do nosso município.

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