Justiça
Enfermeiro pedófilo de Lagoa da Prata é condenado a 25 anos de prisão

Em Divinópolis um enfermeiro de Lagoa da Prata, acusado de molestar crianças durante atendimento médico, foi condenado a 25 aos e 08 meses de prisão em regime fechado.
Segundo apurado a pena foi aplicada pelo fato de ter sido constatado o a prática dos crimes de estupro de vulnerável, com agravante de abuso de poder em razão do cargo que exercia, filmagem de cena de sexo com adolescente, posse e compartilhamento na internet de arquivos de pornografia infantojuvenil (previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente).
O enfermeiro estuprador mora em Lagoa da Prata e foi preso após investigação feita pela Polícia Federal (PF) em Belo Horizonte que, há dois anos atrás descobriu a troca de arquivos de pornografia infantil por meio do programa de compartilhamento via eMule na cidade de Lagoa da Prata.
A prisão foi então realizada pela PF em Divinópolis, com autorização judicial, realizou busca e apreensão na casa do então acusado, onde foram apreendidos equipamentos de informática.
Milhares de imagens foram encontradas nos dispositivos apreendidos, sendo descoberto no notebook do acusado um vídeo, gravado com celular pelo próprio enfermeiro, de ato libidinoso contra uma criança de apenas 11 anos.
Foi constatado que a criança era deficiente mental, que não tinha nenhuma capacidade de discernimento do abuso que estava sofrendo. O abuso teria acontecido quando o suspeito realizava atendimento no posto de saúde da cidade e aproveitou-se que a criança estava desacompanhada no momento de receber a medicação. O acusado não negou, em juízo, ter filmado o ato.
A investigação também apurou que R.P. não só apreciava ver fotos e vídeos pornográficos envolvendo crianças e adolescentes, mas também manter relações sexuais com menores. O enfermeiro manteve relação sexual com um jovem de 17 anos e filmou o ato, sem o conhecimento do menor. Em juízo, ele alegou que o garoto já teria 18 anos quando praticaram o ato.
Adoção
Foi ainda encontrado pela perícia no computador do enfermeiro um “Requerimento de Habilitação de Postulante(s) à Adoção no Cadastro de Pretendentes”. O acusado era pretendente à adoção de uma criança, do sexo masculino, com idade inferior a quatro anos.
Foi também descoberto pela perícia o registro de uma conversa feita por um aplicativo de mensagens online na qual o acusado e seu interlocutor mencionavam a prática de atos sexuais com crianças menores de quatro anos. Na conversa, o acusado revelou expressamente seu interesse sexual por crianças e sua pretensão de adotar uma criança da idade revelada no requerimento para adoção.
Compartilhamento
No computador do acusado foram encontrados 13.443 arquivos de conteúdo pornográfico envolvendo crianças e adolescentes, que estavam disponíveis para compartilhamento pelo programa eMule.
Em sua defesa, o enfermeiro disse que não compartilhava os arquivos de pornografia infantojuvenil e que o material encontrado teria sido baixado por engano com outros filmes de seu interesse, e que não sabia que, ao baixar os arquivos, compartilharia automaticamente com outros usuários da rede.
Contudo na sentença, o magistrado destacou que as provas apresentadas e o testemunho dos peritos apontam em sentido contrário ao afirmado pelo réu.
Além das imagens compartilhadas em seu computador, nas mídias apreendidas, entre elas, dois discos rígidos externos e pendrives, foram encontradas mais de 68 mil imagens e quase 500 vídeos contendo material pornográfico envolvendo crianças e adolescentes. Vários arquivos estavam criptografados.
Somando todas as penas, R.P. foi condenado a 25 anos e 8 meses de prisão e ao pagamento de 277 dias-multa. A Justiça determinou que ele cumpra a pena em regime fechado.
O enfermeiro também foi condenado à perda do emprego público no posto de atendimento da cidade. O acusado está preso desde 2017 e ainda responde a processo disciplinar no conselho regional de enfermagem.
Fonte: Sistema MPA