Economia
Em 10 anos, Minas Gerais teve queda de quase 10% no número de nascimentos
Estudo do IBGE também revela que o Estado registrou o segundo maior número anual de óbitos desde 2003
O número de nascimentos em Minas Gerais ao longo de 2022 teve uma redução de 2,8% na comparação com o ano anterior, e recuou 9,5% frente ao observado em 2012. De acordo com dados de Registro Civil divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quarta-feira (27), o Estado registrou 235.444 nascimentos no período, o equivalente a 9,3% do total no Brasil (2.537.013). Com informações de Diário do Comércio.
Este foi o quarto ano consecutivo com queda na natalidade em Minas. O levantamento também revelou uma retração de 9,6% no número de nascimentos na comparação com a média dos cinco anos anteriores à pandemia de Covid-19, com redução de 24,9 mil nascimentos.
Pouco mais da metade (50,9%) dos recém-nascidos mineiros em 2022 eram do sexo masculino, com cerca de 119 mil crianças, e 49,1% do sexo feminino, com cerca de 115 mil.
O Estado também apresentou uma forte redução no número de mães jovens. O percentual de mães com menos de 15 anos era de 0,60% em 2014 e caiu quase pela metade, chegando ao patamar de 0,31% em 2022. Entre aquelas com idade de 15 a 19 anos, a proporção passou de 15,4% do total para 9,7% em 2022.
Por outro lado, a representatividade das mães dos grupos etários mais velhos tem aumentado em Minas. A quantidade de mães com idade entre 25 e 34 anos subiu 1,7 pontos percentuais (p.p.) frente ao registrado em 2014.
Minas tem segundo maior número anual de óbitos
O IBGE também divulgou o número de óbitos em Minas Gerais. Conforme o estudo, ocorreram 161.965 mortes no Estado em 2022, o equivalente a 10,8% do total no País (1.504.763). Este é o segundo maior número anual de mortes no Estado desde 2003, ficando abaixo apenas do ano anterior, 2021, quando 189.450 pessoas morreram em Minas. A redução de óbitos no comparativo entre 2022 e 2021 foi de 14,5%.
Já na comparação com o período pré-pandêmico, foi observado um avanço de 19,5%. Isso demonstra que o Estado ainda não retornou para o patamar de óbitos anterior à emergência sanitária global.
Vale ressaltar que o ano de 2022 foi marcado pela terceira onda da pandemia de Covid-19, com a variante ômicron, além de uma epidemia de influenza A.
A maioria dos mortos no Estado (56,17%) em 2022 eram pessoas com 70 anos ou mais. No entanto, é possível notar também um crescimento na proporção de óbitos entre os mineiros de até 14 anos de idade, passando de 1,78% do total, em 2021, para 2,25% no ano seguinte.
Casamento entre pessoas do mesmo sexo cresce no Estado
O número de casamentos entre pessoas do mesmo sexo atingiu o pico em Minas Gerais ao longo de 2022 frente ao período pré-pandemia. No caso dos cônjuges masculinos, o aumento foi de 92,1%. Entre os cônjuges femininos, o avanço foi ainda mais forte, com alta de 109,8%. Por outro lado, o número de casamentos entre casais de sexos diferentes recuou 5,7% no comparativo, mas segue sendo a maioria com 98,9% do total.
Já na comparação com o ano anterior, foi observado um aumento de 37,2% no casamento entre pessoas do mesmo sexo, passando de 815 para 1.118 em 2022. A união entre mulheres representara 57,2% dos casamentos civis entre pessoas do mesmo sexo.
Em 2022, verificou-se, ainda, o maior número de registros de casamentos entre pessoas do mesmo sexo desde 2013. O único ano com queda nos casamentos entre pessoas do mesmo sexo, desde o início dessa série histórica, foi 2020, o primeiro ano de pandemia.
Divórcios acontecem mais entre casais com até nove anos de casamento
Os dados de Registro Civil apontam para um crescimento de 8,7% no número de divórcios em primeira instância ou por escritura extrajudicial em Minas Gerais ao longo de 2022, na comparação com o ano anterior. O Estado registrou 55.333 divórcios, o que corresponde a 13,2% do total nacional. O avanço é ainda maior na comparação com 2012, com alta de 48,1%.
A maioria (44,4%) ocorreu entre casais com até nove anos de casamento; 16,1%, entre cônjuges com 10 a 14 anos de casamento; 11,3% ocorreram em casamentos que tinham de 15 a 19 anos de duração; 28,1% foram entre casais com 20 anos ou mais de casamento.
Dentre os 27.245 divórcios concedidos em primeira instância a casais com filhos menores de idade, a guarda dos filhos ficou sob responsabilidade da mulher em 48,9% dos casos; enquanto os maridos foram responsáveis pela guarda em apenas 2,8% dos divórcios, uma diferença de 46,1 p.p. entre os casos. Vale destacar que, em 2014, essa discrepância era ainda maior, com a guarda dos filhos menores atribuídas às mulheres em 87,3% dos divórcios, contra apenas 5,1% para os homens.
Essa redução da proporção de mulheres exclusivamente responsáveis pela guarda dos filhos foi paulatinamente substituída pela guarda compartilhada, que passou de 6,6% dos casos em 2014 para 44,6% em 2022.