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Edital da Polícia Civil de Minas indica livro com conteúdo homofóbico

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Obra aborda a homossexualidade, a transexualidade e o “lesbianismo” como transtornos sexuais juntamente com patologias como pedofilia, necrofilia entre outros.

A Polícia Civil de Minas Gerais indicou um livro de medicina legal com vários trechos de conteúdo homofóbico como material bibliográfico de um concurso público da corporação. As provas serão realizadas neste domingo dia, 12 para os cargos de perito criminal, investigador de polícia e médico legista. As informações são do portal O Tempo.

O livro indicado no edital, Medicina Legal (ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan Ltda, 2017), de Genival Veloso de França, descreve – no capítulo 9 do “Transtornos Sexuais e de Identidade Sexual” –   que “travestismo é um transtorno de identidade sexual” e aborda a homossexualidade, a transexualidade e o “lesbianismo” como transtornos sexuais juntamente com patologias como pedofilia, necrofilia entre outros. E usa supostas teses geneticistas para classificar tais “transtornos”. 


VEJA ALGUMAS DESCRIÇÕES


Travestismo” 

O travestismo é um transtorno da identidade sexual. Pode ocorrer entre indivíduos heterossexuais, que se sentem impelidos a vestir-se com roupas de pessoas do sexo oposto, fato esse que lhes rende gratificação sexual. Em geral, nesse tipo de erotopatia, o indivíduo é reservado e comedido e se traveste de maneira discreta e quase furtiva; muitos deles, apenas no recato dos seus lares e para satisfação somente sua. Havia um deles cujo prazer era apresentar-se aos seus amigos, em sua casa, vestido de bailarina”

“Homossexualidade feminina Ainda chamado por alguns de safismo, lesbianismo ou tribadismo. É muito mais frequente do que se imagina. Abarca ciúmes perseguidores e até a prática de atos libidinosos”

Transexualidade

A transexualidade ou síndrome de disforia sexual é aquele que mais chama a atenção, pela sua
complexidade e por seus desafios às questões sociais e jurídicas. (…) Cinco teorias tentam explicar sua etiologia: (1) teoria genética: atualmente a mais aceita, que atribui existir um gene específico no cromossomo sexual capaz de se transmitir; (2) teoria fenotípica: que admite a influência da própria conformação física do indivíduo androginoide, levando a mulher para a transexualidade masculina, e a conformação anatômica androide, levando o homem para a transexualidade feminina; (3) teoria psicogênica: que admite a influência da orientação e do comportamento dos pais como capazes de marcar tendência nitidamente masculina ou
feminina; (…)
Procurada pela reportagem, até o momento a Polícia Civil de Minas Gerais não se manifestou.
PRESIDENTE DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DA ALMG SE POSICIONA
Presidenta da Comissão de Direitos Humanos e vice presidenta da Comissão de Mulheres, Andrea de Jesus, informou que recebeu hoje denúncias de possíveis violações de direitos humanos, relacionadas à diversidade sexual, no Concurso da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais.

A parlamentar disse que vê a situação com muita preocupação. “Primeiro porque, embora a bibliografia indicada seja do ano de 2017, e a transexualidade tenha saído do capítulo de saúde mental no ano de 2018, o concurso é de 2021 e é dever do Estado zelar para o respeito integral à diversidade sexual”, informou Andrea de Jesus por meio de nota.

“O caminho protocolar e costumeiro das comissões da Assembleia Legislativa é pedir informações aos órgãos relacionados com o fato, e trabalhar junto as autoridades que tenham competência para agir na situação, tal como por exemplo o próprio Ministério Público. Antes de tudo o mais, faz-se necessário apurar a situação, para entender melhor as medidas a serem adotadas”, destacou.

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