Colunistas
Economia x Saúde
Abrir ou não o comércio; fazer com que as pessoas saiam do isolamento; Economia versus Saúde.
O que me preocupa nessa discussão toda é que ela ocorre antes do período de pico da pandemia do Covid-19. Dando a impressão de que o pior já passou quando é muito pelo contrário, o pior está ainda por vir.
Se o pico é previsto para as próximas semanas – entre abril e maio – é racional acreditar que mais gente na rua é igual a mais gente doente e, portanto, consumindo mais leitos e recursos hospitalares. Soma-se a isso a possibilidade de uma exposição maior dos grupos de riscos, seja direta ou indiretamente, com risco potencial de morte aumentado.
Não precisa entender muito de números ou de economia para perceber que a equação está bem definida. Agora, trata-se de uma questão de cálculo, ou melhor, de escolha, para ter um resultado menos danoso.
Ninguém quer a falência de ninguém, nem a perda de emprego. Caso isso ocorra, vale lembrar que aos falidos haverá sempre a possibilidade de se recuperar. Já aos falecidos… Bem, isso não se aplica.
Num cenário como esse o mais inteligente a se fazer é mesmo manter o isolamento. Atendendo, assim, o aconselhado por pesquisadores, cientistas e autoridades de saúde do mundo todo.
No que se refere ao Brasil, o senso comum entre as autoridades sérias, é que as próximas semanas são cruciais. É nesse período agora que o contágio será mais acelerado e o número de mortos tende a acentuar; o que, mais uma vez, só reforça a necessidade do isolamento.
O lamentável é quando uma discussão de saúde tão primordial como essa ganha um viés político visando votos, popularidade e eleições. Enquanto o povo for tratado apenas como número e/ou retórica política barata e dispensável, muitos vão morrer. Seja pelo Covid-19 ou por outros males já conhecidos.
Até que a saúde seja preservada, o resto que se ouve por aí é ruído. Quanto à economia, é papel dos governos encontrar saídas para superar a crise. As reservas e os recursos estratégicos de uma nação servem para ser utilizados em momentos como o atual.
O que não é permitido é colocar milhares como escudo para a economia não ruir. Por pior que sejam, crises sempre passam.
Para esse período de pandemia a receita continua sendo o bom senso, prevenção e a #ficaemcasa.