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Debate tem ataques, ironias e sorrisos entre Lula e Bolsonaro

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Em um debate bem menos tenso do que se esperava, e com críticas duras mas sem a baixaria que se viu no último encontro do primeiro turno, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) puderam discutir muito mais suas visões sobre os problemas do país e as contradições e divergências entre os dois em temas que interessam aos brasileiros. As informações são do jornal O Tempo.

Não faltaram, claro, as alfinetadas e críticas mais duras, mas em um nível tão tolerável que houve apenas um pedido de direito de resposta de Lula aceito pela direção do programa. Sobrou até mão no ombro e risadas entre os dois.

Na história pós-redemocratização, nunca um debate foi aguardado com tanta expectativa e com um clima tão pesado nos bastidores. Diante das câmeras, porém, pesou muito mais o pragmatismo para evitar ataques abaixo da linha da cintura, em tom bastante diferente do visto na campanha eleitoral. Para isso também contou o formato, que permitia um diálogo mais aberto, frente a frente, com a possibilidade de que um candidato pudesse rapidamente contrapor o outro, o que de certa forma inibiu excessos de parte a parte.


No primeiro bloco, os candidatos tiveram meia hora de embate direto em que se tratou efetivamente de questões de país. Usando os primeiros vinte minutos com perguntas, Lula levou a discussão para o território que queria: o debate sobre a educação, perguntando quantas universidades e escolas técnicas o adversário fez – apontando que seu governo investiu muito mais -, e sobre a gestão da pandemia, na qual cada um deles apresentou sua versão defendendo vacina e isolamento, no caso de Lula, e tratamento precoce e medidas paliativas para a economia, no caso de Bolsonaro. Na defensiva, o chefe do Executivo só reagiu nos dez minutos finais, quando decidiu mudar de assunto e introduziu o tema da segurança pública, questionando o adversário sobre os motivos pelos quais seu adversário não transferiu Marcola, líder do PCC, para um presídio federal em 2006, após ataques a policiais em São Paulo. O presidente também abordou a temática da transposição do São Francisco, na qual os dois candidatos trocaram argumentações sobre a autoria da obra.

No segundo bloco, com perguntas de jornalistas para os candidatos, Lula e Bolsonaro precisaram se manifestar sobre a relação com outros Poderes e sobre a proposta de ampliar o número de ministros da Corte, apresentada a Bolsonaro. Os dois se colocaram contra. Também precisaram falar sobre as notícias falsas que estão predominando na campanha eleitoral, sobretudo no segundo turno. Neste caso, um culpou o outro pelas fake news.

No novo embate entre os dois candidatos no último bloco, Bolsonaro conseguiu manter o assunto por metade dos 30 minutos na discussão sobre o petrolão, apontando desvios na Petrobras durante o governo Lula. O petista tentou argumentar mostrando ações de seu governo contra a corrupção, mas acabou depois mudando o tema e levando às discussões sobre economia e meio ambiente. Guardando tempo para o final, porém, Bolsonaro conseguiu abordar bastante a temática do apoio do PT a regimes autoritários na América Latina. Coube a Lula um direito de resposta em que defendeu-se e citou a denúncia de rachadinha por Bolsonaro.

Nas considerações finais, Bolsonaro falou para seu público, destacando a defesa da liberdade de expressão, as pautas ideológicas e a corrupção nos governos petistas. Já Lula citou a Lei da Liberdade Religiosa, acusou Bolsonaro de mentir e de atentar contra a democracia e os demais Poderes. No fim, em meio ao encontro selvagem que se esperava, ficou de bom tamanho.

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