Eleições
DATATEMPO: 30% dos mineiros não têm voto totalmente definido para o governo
Mesmo com a proximidade da eleição, o cenário da disputa para governador de Minas pode sofrer alterações nos últimos dias da campanha: 30,3% dos entrevistados pela DATATEMPO entre 24 e 27 de setembro indicaram que podem mudar o voto declarado na pesquisa estimulada, que coloca Romeu Zema (Novo) com 49% e Alexandre Kalil (PSD) com 25%. As informações são do jornal O Tempo.
Do total dos entrevistados que podem mudar de voto, 12,5% consideram que a decisão do voto é firme, mas podem mudar; 9,4% disseram ter apenas uma preferência inicial, que pode ser alterada; e 8,4% afirmam ainda não ter decidido efetivamente como votarão. Além deles, um grupo de 0,4% não soube ou não respondeu.
“São pessoas cujo voto vão assentar nesses últimos dias. É uma parcela significativa que pode mudar o resultado final, a depender do que acontecer”, avalia a coordenadora do DATATEMPO, Audrey Dias.
Por outro lado, 69,2% já escolheram em quem votar e dizem que não mudarão de jeito nenhum. É o maior índice da série histórica iniciada em agosto, o que é natural, já que faltam poucos dias para o primeiro turno. É importante ressaltar que a DATATEMPO não captou os eventuais efeitos decorrentes do debate realizado pela TV Globo na terça-feira.
O candidato que conta com o maior índice de definição é Kalil. Entre os eleitores dele, 76% afirmam que não mudarão o voto. Já 11,7% declaram que o voto é firme, embora admitam que possam trocar. Zema está em um patamar próximo ao do ex-prefeito. Ele tem 72,4% de eleitores cujo voto é definitivo e também 11,7% de voto firme.
Comparativamente, o cenário é mais desfavorável para Carlos Viana (PL): 57,1% dos eleitores dele dizem que não mudarão de voto. Ao mesmo tempo, 22,2% afirmam ter apenas uma preferência inicial por ele ou que ainda não decidiram em quem votar efetivamente. O candidato do PL tem 4,2% das intenções de voto na pesquisa estimulada.
Os demais candidatos, que representam 4,5% das intenções de voto, podem sofrer maior debandada na reta final: entre os que declaram votar neles, 14,7% não decidiram concretamente o voto, e 29,4% têm apenas uma preferência.
Regiões
Assim como na última pesquisa, Zema (39,8%) e Kalil (36,7%) estão tecnicamente empatados dentro da margem de erro na região metropolitana, que tem 32% do total de eleitores mineiros, enquanto Zema segue vencendo em todas as demais regiões.
Apesar da predominância de Zema, Kalil registrou crescimento no segundo e no terceiro maior colégio eleitoral. No Sul e no Sudoeste de Minas, que representam 12,5% dos eleitores, ele tinha 8,6% no início de setembro e agora tem 14,4%. Na contramão, o governador saiu de 63,6% para 58,3%. Já na Zona da Mata (11,1%), Kalil cresceu 5,4 pontos, de 15% para 20,4%, enquanto Zema caiu de 56,9% para 52,7%, o equivalente a 4,2 pontos percentuais.
Já no Triângulo e no Alto Paranaíba, regiões que somam 11% do eleitorado, Zema cresceu 3,6 pontos, de 58,8% para 62,4%, ao mesmo tempo em que Kalil ficou estável, oscilando de 12,1% para 11,5%.
Mulheres
A estratificação por gênero aponta que o crescimento de 3,1 pontos percentuais de Kalil na pesquisa estimulada se deu predominantemente entre as mulheres. No início de setembro, ele tinha preferência de 20,8% desse público, e agora tem 25,3%. Zema ficou estável: de 47,9% para 46,2%.
Entre os que não souberam ou não responderam em quem votarão para governador e entre os que declararam votar em branco ou nulo, as mulheres são maioria: 61,8% e 60%, respectivamente. Esses dois grupos também são predominantemente católicos (66,7% e 49,6%) e têm renda majoritariamente de até cinco salários: entre os indecisos, 84,1% estão nessa faixa, e, entre os que votam branco ou nulo, 83,4%.