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Cuidar dos idosos é cuidar do meu, do seu, do nosso futuro!

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Muita gente esquece, que os cuidados com os idosos não é uma questão de caridade. 15 de Junho é o Dia Mundial de Combate à Violência Contra a Pessoa Idosa e foi escolhido como uma data símbolo para uma reflexão profunda sobre o nosso comportamento para com as pessoas que fizeram e ainda fazem nossa história.

O problema é, que somos medíocres em nosso egoísmo e tratamos o idoso como aquela vassoura velha guardada num quarto de despejo. Essa é a triste realidade. Tornamo-nos violentos, quando não alimentamos nossa consciência de que eles representam hoje, o que seremos amanhã.

Particularmente, considero o trabalho dos assistentes sociais, enfermeiros e acompanhantes uma atividade nobre e reconhecida nas culturas mais evoluídas, pois o respeito aos mais velhos é fundamental para a sobrevivência de qualquer sociedade desenvolvida. Por isso resolvi escrever sobre esse tema, que muitas vezes está acompanhado de tabus seculares, porque criaram o conceito de “descarte” aos idosos, que teoricamente não pertencem mais ao grupo seleto dos “produtivos”.

As autoridades ensinam que são eles aposentados, encostados, estorvos que custam caro ao estado inviabilizando o progresso. Triste realidade brasileira.

Minha mãe completou 90 anos neste ano. Um tempo vivido com uma alegria pela vida de dar inveja a qualquer adolescente de 15 anos. A filosofia diz que a alma não envelhece e a vaidade tenta, a todo custo, retardar o que a natureza determinou como certo.

Há muitos tipos de violência ao idoso e o mais frequente, mesmo sendo o que menos recebe importância é o nosso silêncio. Sou testemunha de decisões estranhas a quem diz “amar a vida” e as pessoas queridas. Sou testemunha, que por necessidades ou interesses financeiros internaram mães pouco idosas em asilos, que hoje atendem pelo sofisticado nome de “casas de repouso”, com a falsa justificativa, que lá são bem cuidados.

Quem garante isso? Claro, é o nosso egoísmo! Cuidar de pessoas idosas dá trabalho e nos atrapalha a viver mais intensamente. Penso que somos parte de uma natureza com seus ciclos de tempo. Somos seres humanos e fazemos parte de uma cadeia da vida como ela é e não como queremos que seja.

Enquanto minha mãe, com 90 anos ainda adora dançar “na boquinha da garrafa” mostrando a alegria da vida, pessoas ditas inteligentes optam pelo asilo, pelo afastamento com a canalhice de acabar com o ninho, onde suas vidas foram feitas e marcadas. Seus idosos são levados a lugar algum de interesse ou felicidade para eles.

Nesse contexto germina a saudade, as lembranças de tempos, quando tudo parecia predestinado a um final feliz. Pergunte a uma pessoa, que confinou uma mãe ou pai numa casa de repouso, que notícia ela tem deste ente querido? Ouvirá certamente uma resposta vazia como o vácuo: “- ora, está á, vendo o tempo passar, definhando e cada vez mais gagá!”.

Nossa ignorância não nos deixa ver, que só existe realmente um destino. E esse destino passa pela velhice. Como eu disse anteriormente, nossos idosos sofrem com a violência maior da indiferença pelo que fizeram em suas vidas. Sofrem a violência do desprezo, do esquecimento ou mais precisamente de serem postos na prateleira condenados à poeira do tempo.

A violência contra o idoso não está no ato da agressão física somente. Está nas atitudes que temos e não percebemos. Por isso, cuide dos idosos, porque estará cuidando do futuro que está esperando por você, por mim e todos nós. Um “Olá! Uma lembrança, uma palavra ou apenas o respeito” basta para manter viva a admiração que merecem por superarem tantos obstáculos para nos proporcionar o que negamos a eles.

Que tal começar a mudar essa história agora? Uma ligação, uma visita ou a simples reflexão pode fazer do dia 15 de junho uma data perfeita para garantir um futuro melhor.

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