Saúde
Cuidados paliativos: o que são e qual importância para a saúde

ALMG promoveu uma audiência para debater melhorias aos cuidados paliativos na rede pública de saúde
Na última semana, entidades médicas e deputados estaduais debateram quais melhorias devem ser implantadas nos cuidados paliativos, disponíveis pela rede pública de saúde. Apesar de uma lei de 2021 instaurar diretrizes do tratamento, ele não está contemplado na tabela do SUS e não há um planejamento financeiro para investir na modalidade dentro dos hospitais e clínicas públicas. Com informações de Itatiaia.
Mas afinal, o que são os cuidados paliativos?
Cuidados paliativos são uma abordagem interdisciplinar da saúde com o objetivo de recuperar a qualidade de vida dos pacientes e seus familiares. O tratamento envolve prevenção, alívio dos sintomas, além de terapia e comunicação constante. A ideia é permitir que o paciente passe por uma doença grave que ameaça a vida com o menor sofrimento possível.
“O paciente que se beneficia de cuidado paliativo é aquele paciente que, tendo uma doença que gera sofrimento, seja atendido por todas as expertises, tendo aparato medicamentoso, de forma a fazer um plano de cuidado individualizado para que ele tenha qualidade de vida ao passar por esse processo. A equipe multi-disciplinar vai orientar com muita comunicação e fazer com que o paciente entenda os efeitos colaterais, faça suas escolhas perante o tratamento, e o que é prioridade para ele”, explica a presidente da Sociedade de Tanatologia e Cuidados Paliativos de Minas Gerais, Gabriela Casanova.
A médica ressalta, inclusive, que os cuidados paliativos não são destinados apenas a quem tem doenças incuráveis, mas a qualquer um que sofra algum tipo de angústia com um diagnóstico. Casanova destaca, ainda, que estudos comprovam que os cuidados paliativos podem estender a expectativa de vida dos pacientes, além de melhorar a qualidade.
“Cuidado paliativo se difere das dos outros tratamentos, por ser é um cuidado que faz questão de colocar o paciente como protagonista. A gente não adapta o paciente a medicina, a gente adapta a medicina ao paciente. A gente não fica focado apenas na questão biológica, de exames, de medicamento, a gente foca também nos significados que essa doença tem”.
Necessidade de avanços
Gabriela Casanova relata que os cuidados paliativos ainda são medidas isoladas na rede pública de saúde. Ela cita que, na região metropolitana de Belo Horizonte, os hospitais Risoleta Neves e Hospital das Clínicas e os ambulatórios vinculados às universidades UniBH e Faseh oferecem o serviço a pacientes do SUS.
“Não existe uma política pública que realmente mostra uma linha de cuidado em cuidados paliativos, ou que insira o cuidado paliativo dentro da linha de cuidados de doenças graves ameaçadora da vida, validada pelo poder executivo. Apesar de já existir leis, essa prática acaba não acontecendo de uma forma organizada e financiada. A gente fica lutando individualmente, cada um no seu serviço, para trazer isso. É um esforço além daquilo que é direcionado dentro da carga horária do serviço, e isso é muito pesado”.