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Economia

Crise na Argentina afeta exportações de Minas Gerais para o país

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Embarques de empresas mineiras recuaram 29% na comparação de janeiro a maio entre 2023 e 2024; Estado deixou de vender US$ 246 milhões para companhias argentinas

Dados do governo federal apontam que embarques de MG para Argentina somaram US$ 593 milhões entre janeiro e maio deste ano | Crédito: Reprodução AdobeStock_

O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou, nesta semana, que os argentinos têm um caminho árduo pela frente e precisam progredir mais para sair da crise econômica que atravessam. Fato é que a crítica situação enfrentada afeta não somente a eles, mas também outras regiões que, historicamente, têm importantes relações comerciais com o país. Exemplo disso são as exportações de Minas Gerais para a Argentina, que reduziram-se fortemente em 2024.

Para esclarecer mais a dimensão dessa queda, nesse mesmo período, as exportações de Minas Gerais para a China subiram 13%, para os Estados Unidos 16% e para a Alemanha 4%. Todos esses estão na lista dos cinco maiores compradores do Estado, ao lado dos Países Baixos que, embora tenham diminuído em 2% as compras, ultrapassaram a Argentina, ocupando o 3º lugar.

Conforme o consultor de Negócios Internacionais da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Alexandre Brito, a severa crise econômica na Argentina e as políticas de austeridade do governo de Javier Milei resultaram em uma redução significativa no consumo e na capacidade de importação do país. Como consequência, os embarques dos mineiros para os argentinos foram afetados, o que explica o decréscimo observado no acumulado do ano.

Contexto econômico e efeitos

Ele relembra que, na tentativa de reduzir as despesas públicas, o atual presidente adotou medidas como a elevação de preços e o corte de subsídios para várias áreas, impactando a sociedade. A situação local piora com os problemas que as províncias enfrentam em receber repasses do governo, já que dependem dos recursos. Brito reitera que é um quadro completo de recessão, com baixas na atividade econômica e no consumo, o que reflete diretamente no comércio exterior.

“Existe uma relação muito clara na economia entre nível de renda e importação, algo absolutamente inequívoco. Quando o nível de renda sobe, a tendência é que aumente a importação porque eleva a propensão marginal a importar das famílias e das empresas. Considerando que também temos ainda empresas mineiras com dificuldades de recebimento, com atraso no pagamento de exportações, o impacto não poderia ser diferente”, enfatizou.

Tendência geral de baixa e expectativa de reversão do quadro

Segundo o consultor, houve uma tendência negativa geral nas exportações mineiras para a Argentina nos primeiros cinco meses do ano, quando se observa os produtos exportados. Por exemplo, os embarques de calçados, importante na pauta comercial, caíram 58%. As remessas de café, por sua vez, foram reduzidas em 23% e itens de padaria foram praticamente zerados.

Brito pondera que as perspectivas são sempre positivas, mas não tem como precisar em que tempo esse ajuste será realizado. Isso porque se trata de uma política nova no país vizinho.

Confira as quedas nos embarques por setores

  • Agroindustriais e alimentos: -57%
  • Têxteis, vestuário e calçados: -49%
  • Metalúrgicos: -36%
  • Eletroeletrônicos, precisão e médicos: -30%
  • Máquinas e mecânicas: -28%
  • Material de transporte: -15%
  • Químicos, fármacos, perfumaria, etc.: -8%

Dados: jan/maio de 2024 x jan/maio de 2023
Elaboração: Fiemg/CIN
Fonte: https://diariodocomercio.com.br/economia/crise-na-argentina-afeta-exportacoes-de-minas-gerais-para-o-pais/#gref

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