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Investigação

Criança com síndrome de Down leva 23 mordidas em creche de Minas

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Em nota, Prefeitura de Luisburgo pediu ”desculpas” e destacou que há ”pessoas desinformadas” ou ”haters da internet” após caso viralizar nas rede

Um menino de 2 anos, que nasceu com síndrome de Down, recebeu pelo menos 23 mordidas dentro do Centro de Educação Infantil Maria Messias, no município de Luisburgo, no Leste de Minas Gerais. A suspeita é que outra criança tenha provocado as lesões. A Polícia Civil informou ao Estado de Minas nesta quinta-feira (2/3) que instaurou procedimento para apurar uma possível negligência dos responsáveis pela creche.

Em decorrência da repercussão do caso, o Executivo ponderou a existência de “pessoas desinformadas” ou “haters da internet” que se “desprestigiam incitando e fomentado sentimento de ódio”. Confira o posicionamento completo no fim da reportagem.

A profissional autônoma e mãe da criança, Maria Aparecida da Silva Pereira, de 41 anos, contou ao EM que levou um susto quando recebeu uma ligação do centro educacional informando que o pequeno Arthur estava ferido. O caso aconteceu na última terça-feira (28/2), mas só repercutiu na internet nesta quinta após a mãe decidir divulgar o ocorrido nas redes sociais.

“A princípio, eles disseram que meu filho tinha se machucado e pediram que eu fosse até lá. Larguei meu trabalho por volta das 14h30 para ir na creche. Eu entrei em desespero quando cheguei e vi o corpo dele todo machucado. A gente jamais pensa que algo assim vai acontecer em um lugar onde as pessoas deveriam cuidar e proteger”, avaliou Maria Aparecida. Segundo ela, além do rosto, o menino tinha ferimentos nos braços e nas costas.

A mãe contou ainda que os administradores da instituição disseram que o menino estava dormindo junto com outra criança em um dos cômodos. “Foi a faxineira quem viu meu filho machucado e comunicou aos responsáveis pelo local. Uma vizinha aqui na minha rua – e que também deixa o filho lá – disse que essa criança tem o hábito de morder as outras.”

Ao sair do centro educacional, Maria Aparecida procurou atendimento médico para o filho. “Levei o Arthur na pediatra, que contou pelo menos 23 mordidas no corpo dele. Graças a Deus, ele não teve nada mais sério, mas está apresentando um pouco de febre”, finalizou.

Procurada pela reportagem, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) disse que a ocorrência foi registrada nessa quarta-feira (1º/3). Um “procedimento policial para apurar se ocorreu alguma negligência por parte dos responsáveis pelos cuidados e vigilância do menor” está em curso.

“As primeiras diligências estão sendo realizadas. A PCMG esclarece que uma equipe, composta por investigadores e perito oficial, se deslocou ao local dos fatos para recolher informações que possam elucidar o caso”, finalizou a Polícia Civil mineira, em nota.

Prefeitura de Luisburgo se manifesta

Em comunicado emitido nesta quinta-feira, a Prefeitura de Luisburgo pediu “desculpas” ao aluno e seus familiares, destacando que lamenta “tamanha exposição do menino Arthur”.

A prefeitura disse ainda que reconhece o “infeliz fato” e está dando apoio aos familiares. Por outro lado, a administração municipal trata o episódio como um evento pontual, e “uma das medidas que serão adotadas é a instalação de câmeras na unidade de ensino”.

Leia o posicionamento na íntegra:

“O Município de Luisburgo, através de sua Secretaria Municipal de Educação, vem externar, publicamente, pedido de desculpas para com o nosso querido aluno Arthur Alves Pereira e sua família pelo fato público e notório ocorrido no Centro de Educação Infantil Maria Messias no último dia 28 de fevereiro de 2023.

 Nesse momento compreendemos, em verdade: compartilhamos a dor da família e lamentamos que a triste situação tenha causado tamanha exposição do menino Arthur, principalmente por pessoas desinformadas e/ou haters da internet, as quais, ao invés de trazerem alento a todos os envolvidos, se desprestigiam incitando e fomentado sentimento de ódio.

Ao papai e mamãe do Arthur, bem como da nossa outra criança envolvida no episódio, informamos que continuaremos dando todo o apoio, inclusive com os já realizados acompanhamentos médicos e psicológicos necessários, a fim de amenizar, o quanto possível, os danos causados pelo fatídico evento.

 No mais, reconhecemos que o infeliz fato ocorrido entre crianças indica que existem eventos pontuais que podemos e devemos melhorar para a segurança de nossas crianças. Inclusive, uma das medidas que serão adotadas é a instalação de câmeras na unidade de ensino.

 Assim, agora, dirigindo aos estimados pais de nossos alunos, pedimos que mantenham a confiança em nosso trabalho, que sempre busca melhorar a educação e o bem-estar dos nossos pequenininhos.

 Em tempo, ressaltamos que estamos à disposição dos órgãos de segurança pública  controle administrativo para quaisquer esclarecimentos que se fizerem necessários.

Por fim, informamos à toda a comunidade que, com serenidade e dentro da mais estrita legalidade, iremos apurar os fatos e punir, severa e exemplarmente, eventuais omissões de servidores públicos municipais responsáveis.”

  • ESTADO DE MINAS
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