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COPASA: a situação poderia ter sido resolvida há anos!
Após 10 dias sem água em praticamente toda a cidade, a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), emitiu nesta semana um comunicado anunciando uma interrupção no abastecimento de água em diversos bairros da cidade por pelo menos três dias.
Diante da repercussão e histórico recente, o prefeito de Nova Serrana Euzebio Lago interveio e solicitou que a empresa alterasse a sua programação, entendendo como inconcebível mais uma interrupção realizada pela empresa para “obras e melhorias”.
“Tivemos que intervir, entrei em contato diretamente com a diretoria da empresa e exigi que a programação fosse refeita, é no mínimo um absurdo que a cidade tenha que passar novamente por essa situação, sem falar que os prazos que foram divulgados de interrupção foram diferentes entre os que foram encaminhados à imprensa e o repassado à gestão”. Disse o prefeito.
Esgotado da situação Euzebio ainda afirmou que a paciência tem se esgotado com relação aos costumeiros problemas e que não é mais aceitável a forma com a qual a situação vem sendo administrada pela empresa.
“Falei para a diretoria que esta faltando vergonha na cara, a situação não será mais diplomática, entendemos que o gerente responsável pelo serviço em Nova Serrana, está se sacrificando, mas ele está desamparado, liguei para a gerência e falei com eles que o limite se esgotou”, afirmou Euzebio.
Como ficou a obra
Segundo Euzebio após a intervenção ficou determinado que não haverão mais interrupções no abastecimento durante o dia, e que a empresa irá dentro de um plano realizar as intervenções em horários de baixo consumo, para que assim as ações não dificultem a vida da população.
Para o prefeito a forma como foi apresentada a nova estratégia permitirá que a situação do Concesso Elias seja resolvida e de contra partida a população não será prejudica a interrupção no abastecimento em determinados pontos da cidade.
“Minha filha mora no Concesso Elias, eu sou cidadão da cidade, quando abro o chuveiro e não tem água na minha casa sinto como todos os cidadãos a indignação. Agora pela normativa que serão feitas as interferências os prejuízos serão significativamente reduzidos”. Ponderou o prefeito.
Reservatórios
Segundo o prefeito a cobrança já tem dado resultado e dois dos 11 reservatórios estão sendo construídos e serão parte da solução para o problema.
“Dois reservatórios já estão sendo feitos em tempo hábil, as obras de reservatórios no planalto e nas margens do Rio Pará estão bem adiantadas, esses são apenas dois dos 11 reservatórios que tem que ser construídos na cidade, além da elevatória do Novo Horizonte”. Apontou o chefe do executivo.
Procrastinação e cobrança
O contrato de concessão e prestação do serviço com a Copasa foi renovado em meados 2011, ainda quando Euzebio era presidente da Câmara Municipal.
De lá para cá não houveram mudanças e intervenções significativas quanto ao investimento de R$ 28 milhões acordado, e a falta de intensificação de cobrança da população e políticos é o agravante que fez a situação se procrastinar.
Para essa situação o prefeito aponta por exemplo a inoperância publica que desde a renovação do contrato não havia o decreto de utilidade pública, documento necessário para a intervenção de aplicação dos recursos em ações pela empresa.
“Para se ter uma ideia passaram-se duas gestões e o Decreto de Utilidade Pública ainda não havia sido assinado, eu era presidente da Câmara quando o contrato foi renovado, e agora como prefeito, o decreto que deveria ter sido assinado há sete anos atrás caiu sobre minha mesa para que o assinasse e sancionasse. Se o ímpeto da cobrança tivesse ocorrido desde o início do processo a situação hoje poderia ser bem diferente”, exclamou Euzebio.
Cautela quanto ao cancelamento
Com uma postura mais incisiva o prefeito afirma que o recado foi dado a empresa, e que a diplomacia acabou.
Porém o prefeito reforça as dificuldades que hoje a cidade de Pará de Minas enfrenta pela medida precipitada, e afirma o município não tem condições de prestar o serviço.
“Temos que ser coesos e sensatos, Pará de Minas vivencia uma situação delicada após ter encerrado o contrato com a empresa. Não podemos tomar uma medida assim, porque tenho responsabilidade e hoje caso isso aconteça a cidade não tem condições de administrar e prestar o serviço de abastecimento de água e recolhimento de esgoto, por isso apesar da falta de paciência temos que agir com cautela”. Explicou Euzebio.
Funcionários não tem culpa
Finalizando a entrevista o prefeito pede ainda calma a população. Apesar da situação ser complexa, os cooperadores e prestadores de serviço da Copasa não tem culpa dos erros administrativos da empresa.
O prefeito afirmou que em determinadas localidades a população tem tomado atitudes hostis contra os profissionais da empresa. Diante disso o prefeito pediu paciência e entendimento da situação para com os cooperadores.
“Eles são trabalhadores como qualquer outro cidadão, e não tem o poder de decidir sobre as medidas administrativas, por isso peço a população que não agrida ou trate de forma hostil os trabalhadores da copasa, afinal eles vivenciam o mesmo problema que todo cidadão de Nova Serrana”, finalizou o prefeito.