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Sinduscom estima que construção civil fechará o ano com crescimento de 7,6%

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Em um ano marcado pelo aumento de custos, a construção civil no Brasil registrou o maior saldo de empregos formais em 10 anos, com 284.544 mil vagas, entre janeiro e outubro. Minas Gerais foi o segundo Estado com maior saldo nos dez primeiros meses do ano – 44 mil – atrás de São Paulo (68 mil). O Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG) apresentou, nesta semana, o balanço do setor em 2021 e as perspectivas para 2022. As informações são do Jornal O Tempo.

Belo Horizonte é a segunda cidade com maior saldo de vagas no setor (13 mil), atrás da capital de São Paulo (28 mil). A área terá alta empregabilidade em 2022, com aumento dos salários. A projeção do Sinduscon-MG é que em todo o país o saldo de vagas no setor seja de 110 mil vagas no ano que vem.

“Temos contatos constantes com as instituições de qualificação de mão de obra, como o Senai. A construção civil é um mercado excepcional, que está acolhendo a mão de obra que está desempregada no Brasil”, diz Renato Michel, presidente do Sinduscon-MG.

Crescimento. 

O setor deve registrar crescimento de 7,6% em 2021, segundo o Sinduscon-MG. O índice está acima da projeção de crescimento geral da economia brasileira, que é de cerca de 5%, de acordo com projeção do Banco Central (BC). Esse é o resultado do ciclo de negócios iniciados em 2020, quando as taxas de juros ainda estavam baixas.

Mesmo com o crescimento forte neste ano, a construção civil ainda está 27% inferior ao seu pico de atividade, que foi alcançado em 2014.

Baixa renda. 

Desde meados de 2020, o preço dos materiais está elevando os custos da construção civil, com insumos ficando mais de 100% mais caros. Entre julho do ano passado e novembro deste ano, o valor da chapa de compensado teve reajuste de 157%, seguida pelo aço (133%), pelo fio de cobre (103%).

O aumento de custos tem feito com que os imóveis de menor valor deixem de ser atrativos para as construtoras, o que contribuiu para a queda no lançamento de unidades de até R$ 215 mil, consideradas de padrão econômico. Por outro lado, aumentaram as vendas e os lançamentos de unidades que custam mais de R$ 2 milhões. Em BH e Nova Lima, em 2021, imóveis do padrão superluxo tiveram aumento de 97% nas vendas.

Esse cenário atrapalha o sonho da casa própria das famílias de baixa renda. Para o presidente do Sinduscon-MG, Renato Michel, o a solução do problema passa pelo investimento público.

“Precisamos retomar o bom caminho do Casa Verde e Amarela, antigo Minha Casa Minha Vida. O FGTS sozinho não dá conta. Precisamos de recursos do orçamento geral da União para ajudar as famílias de menor renda. É muito importante que o Congresso destine algo em torno de R$ 3 bi para essas famílias. A gente está vendo um quadro muito desfavorável para as famílias de baixa renda”, analisa.

Perspectivas para 2022.

O Sinduscon-MG avalia que a construção civil será negativamente impactada pela queda da renda da população; pela elevação da taxa de juros, que pode chegar a 12%; e pela incerteza causada pelas eleições. Por outro lado, o período de instabilidade pode atrair investimentos para o setor, já que muitos compram imóveis por ser um ativo seguro.

No ano que vem, o setor ainda vai colher os frutos dos negócios que se iniciaram até esse ano. A construção civil deve crescer mais que a economia brasileira como um todo – 2% contra 1% – em 2022.

Se neste ano os insumos pressionaram os custos, no ano que vem a mão de obra será o responsável pelo encarecimento das obras.

“Teremos uma pressão no custo com a mão de obra em função do que foi a inflação neste ano. Então, a construção civil deve ter uma forte pressão nos próximos três anos devido à mão de obra. Nós temos os dissídios coletivos, e tradicionalmente eles são corrigidos pelo INPC acumulado, acima de 10%. Muito provavelmente a gente vai ter correção nos salários no final deste ano. O que, certamente, traz um aumento nos custos de produção”, diz.

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