Editorial - Opinião sem medo!
Conflito à vista!
No dia 28 de junho de 1914, o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austríaco, e sua esposa a tiros em Sarajevo, capital da Bósnia, foi a gota d’agua para que se estourasse a bolha chamada crise diplomática e de interesses entre as nações.
Como consequência o mundo vivenciou sua primeira guerra mundial. De fato a história não mente – ou não deveria – a morte do duque não foi o fator que causou a guerra, mas sim o fator que faltava para que o conflito envolvendo as principais potências mundiais se tornasse algo real.
Durante a guerra a população é vitimada, os pobres sofrem a consequência das maiores barbáries pelas quais o ser humano é capaz, e diante de todos os monstros que são vivenciados a fome e sede são apenas alguns dos menores problemas enfrentados.
Bom, Nova Serrana não vivenciará um cenário de guerra, mas acreditem a guerra foi efetivamente declarada, e se você não acredita caro leitor, acompanhe esse editorial para que efetivamente entenda o quão profundo é o conflito que foi oficialmente declarado após os fatos acontecidos neste fim de semana.
Inicialmente caro leitor, queremos deixar claro que os conflitos entre executivo e legislativo seriam mais cedo ou mais tarde inevitáveis. Não teria como a população trabalhar com a hipótese de que a relação entre os dois poderes seriam amistosa, ainda que sejam propagadas mensagens de paz por todos os lados.
Ao ganhar a presidência da Câmara Municipal, Osmar Santos (PROS) que já havia em episódio passado chamado o prefeito de ladrão, e claro por ser uma oposição declarada ao atual prefeito, sendo base fundamental dos plano políticos de Paulo Cesar, se posicionou não como um desafeto, mas como uma pedra que iria sim ferir o calcanhar da atual gestão.
Dentro da Câmara o grupo de Euzebio vem se definhando e agora com os recentes acontecimentos na UPA, até mesmo aqueles que afirmam ser da base do executivo estão tendenciosos e alguns já declararam que vão assinar a CPI da saúde.
De fato a morte do jovem Júlio Cesar, que comoveu a toda a cidade e foi amplamente repercutida depois que Osmar chegou ser detido após arrancar uma porta da UPA e discutir com funcionários e médico, foi como no episódio da primeira guerra mundial o fator que faltava para que fosse efetivamente declarada a guerra entre os poderes.
Euzebio inicialmente não se posicionou sobre o fato, e nesta terça-feira afirmou em uma entrevista dada no programa cidadania em Foco, em uma rádio local, que não estabeleceria nenhum processo administrativo para averiguar quaisquer irregularidades no procedimento.
Essa postura com certeza foi embasada pelo posicionamento da Secretaria Municipal de Saúde, que é uma das profissionais de maior confiança de Euzebio na atual gestão. Contudo Osmar não só duvida quanto as possíveis irregularidades, como promove questionamentos plausíveis e para não perder a polêmica chama a secretária de mentirosa.
Bom, isso tudo caro leitor, não são só palavras, são na verdade indícios de que a guerra oficialmente começou, uma vez que o presidente da Câmara afirma que vai promover a caça às bruxas, afirma que tem gente incompetente nos cargos de diretoria e gestão e ainda pondera que profissionais de outras cidades não tem compromisso com Nova Serrana.
Se você não sabe caro leitor, Glaucia não mora em Nova Serrana, como muitos outros secretários e chefes de setor, chefes de setor inclusive da saúde, contratados pela secretária que é de confiança do executivo e de desconfiança dos vereadores.
Osmar promete que vai tomar as medidas cabíveis contra a secretária, promete que vai cobrar o executivo que os responsáveis sejam punidos, promete até rever o contrato com o Hospital Santa Mônica. E se diante disso tudo o prefeito se omitir para evitar o conflito, ele perderá a guerra sem nem ao menos lutar, afinal para um líder, pior do que perder uma briga será ver os sues combatentes serem dizimados por força maior e ele seguir sem tomar medida alguma.
Se Euzebio não partir para o conflito ele perderá para o fantasma de Paulo Cesar as rédeas da cidade, perderá a autoridade sobre seus liderados, perderá o respeito e admiração dos seus eleitores, enfim perderá a guerra sem nem ao menos ter lutado, e com isso, a possível reeleição se tornará um sonho de um governo que como novo tempo, ficou marcado pela omissão e não pela ação.